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Filme do ES sobre feminicídio ganha prêmio internacional de cinema

Filme do ES sobre feminicídio ganha prêmio internacional de cinema

Ato Final mescla entrevistas com sobreviventes reais de casos de violência doméstica com interpretação de atrizes que narram experiências de diversos tipos de agressões

Publicado em 8 de dezembro de 2023 às 16:39

Ícone - Tempo de Leitura 2min de leitura
Documentário
Cartaz do documentário "Ato Final" . (Reprodução/Elo Studios)
Eduarda Lisboa
Estagiária / [email protected]

Um filme produzido no Espírito Santo, que conta histórias de vítimas de violência doméstica e feminicídio, conquistou o prêmio de melhor do documentário no Lisboa Indie Film Festival (LISBIFF), em Portugal. “Ato final” parte do princípio de que as personagens principais já estão mortas, trazendo experiências sensoriais e subjetivas de mulheres que sofrem com a violência de gênero.

Lançada em novembro deste ano, a obra cinematográfica mescla entrevistas com sobreviventes reais, entre elas Marciane dos Santos, vítima de violência doméstica quando o ex-marido ateou fogo no corpo dela na frente dos filhos, em setembro de 2018. Além disso, o documentário conta com três atrizes que narram experiências de diversos tipos de agressões, como as psicológica, física, patrimonial, sexual e também o feminicídio.

Para a diretora do filme, Roberta Fernandes, receber esse reconhecimento é mais uma confirmação da necessidade de se debater acerca dessa temática. Ela espera que o destaque no festival traga ainda mais repercussão às questões relacionadas à violência contra as mulheres.

Filme do ES sobre feminicídio ganha prêmio internacional de cinema

“Receber esse prêmio é extremamente gratificante e mostra como esse trabalho é importante. A expectativa é que essa conquista permita que ainda mais pessoas assistam ao filme e reflitam sobre esse tipo de violência cruel. Ouvir mulheres que tiveram forças para contar suas histórias de violência e como identificaram os abusos após assistir ao documentário, para mim, é um prêmio maior do que qualquer troféu”, afirma Roberta Fernandes.

A busca por um olhar sensível para as vítimas sempre foi um objetivo para Roberta durante a produção do documentário. A diretora do filme diz que a subjetividade foi o diferencial do filme, que trata o assunto para além de mais um crime do cotidiano, trazendo ao espectador as emoções e os traumas vividos por mulheres em relacionamentos abusivos.

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O diferencial do filme é a sensibilidade de não tratar o feminicídio e a violência contra a mulher como algo indigesto, mas sim como um tema que precisa ser discutido e falado por toda a sociedade, tanto por mulheres, para saberem como identificar e fugir dessas situações de abuso, quanto por homens, que precisam entender que essa violência é crime.

Roberta Fernandes
Diretora e cineasta
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A premiação será no sábado (9), em Lisboa. O filme ainda será exibido na Universidade Fernando Pessoa, no Porto, no dia 13 de dezembro, e na Universidade de Coimbra, no dia 14. Após as exibições, a diretora Roberta Fernandes ainda participa de debates sobre a obra e os temas feministas urgentes que a permeiam.

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