Um filme produzido no Espírito Santo, que conta histórias de vítimas de violência doméstica e feminicídio, conquistou o prêmio de melhor do documentário no Lisboa Indie Film Festival (LISBIFF), em Portugal. “Ato final” parte do princípio de que as personagens principais já estão mortas, trazendo experiências sensoriais e subjetivas de mulheres que sofrem com a violência de gênero.
Lançada em novembro deste ano, a obra cinematográfica mescla entrevistas com sobreviventes reais, entre elas Marciane dos Santos, vítima de violência doméstica quando o ex-marido ateou fogo no corpo dela na frente dos filhos, em setembro de 2018. Além disso, o documentário conta com três atrizes que narram experiências de diversos tipos de agressões, como as psicológica, física, patrimonial, sexual e também o feminicídio.
Para a diretora do filme, Roberta Fernandes, receber esse reconhecimento é mais uma confirmação da necessidade de se debater acerca dessa temática. Ela espera que o destaque no festival traga ainda mais repercussão às questões relacionadas à violência contra as mulheres.
“Receber esse prêmio é extremamente gratificante e mostra como esse trabalho é importante. A expectativa é que essa conquista permita que ainda mais pessoas assistam ao filme e reflitam sobre esse tipo de violência cruel. Ouvir mulheres que tiveram forças para contar suas histórias de violência e como identificaram os abusos após assistir ao documentário, para mim, é um prêmio maior do que qualquer troféu”, afirma Roberta Fernandes.
A busca por um olhar sensível para as vítimas sempre foi um objetivo para Roberta durante a produção do documentário. A diretora do filme diz que a subjetividade foi o diferencial do filme, que trata o assunto para além de mais um crime do cotidiano, trazendo ao espectador as emoções e os traumas vividos por mulheres em relacionamentos abusivos.
A premiação será no sábado (9), em Lisboa. O filme ainda será exibido na Universidade Fernando Pessoa, no Porto, no dia 13 de dezembro, e na Universidade de Coimbra, no dia 14. Após as exibições, a diretora Roberta Fernandes ainda participa de debates sobre a obra e os temas feministas urgentes que a permeiam.
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