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Fotógrafa capixaba usa a arte para empoderar meninas pretas

Fotógrafa capixaba usa a arte para empoderar meninas pretas

Iaiá Rocha, de 27 anos, também é empreendedora e psicóloga, e fotografa pessoas pretas para incentivar a representatividade, inclusão e diversidade

Publicado em 8 de março de 2023 às 15:16

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Iaiá Rocha é fotógrafa e usa arte para empoderar meninas pretas
Iaiá Rocha é fotógrafa e usa arte para empoderar meninas pretas. (Iaiá Rocha/Divulgação)

Nascida no Bairro da Penha, na região conhecida como Território do Bem, em Vitória, a fotógrafa, psicóloga e também empreendedora Iaiá Rocha, de 27 anos, é um exemplo de mulher inspiradora. Apaixonada por fotografia desde a infância, ela usa as próprias lentes para combater o racismo, aumentar a autoestima, e incentivar a representatividade e inclusão de pessoas pretas.

"Meus exemplos são mulheres negras, minha mãe, minha irmã, minhas amizades e outras referências de mulheres pretas. Isso diz muito também da força do coletivo, que é algo que eu acredito demais, em sempre estar fortalecendo umas as outras. Acreditar umas nas outras é muito potente. Quando a gente se une, explode cada vez mais. Aumenta a nossa potência e aumenta o nosso brilho", disse a fotógrafa.

Os primeiros cliques de Iaiá foram aos 11 anos com a câmera digital da família. Mas foi na faculdade, em 2017, quando ela passou a fazer parte do movimento estudantil e se aproximou ainda mais da luta antirracista. Foi neste momento que nasceu o Projeto Foto Melanina.

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[O projeto] é uma forma de produzir autoestima, potência e tirar esse estigma de relacionar pessoas pretas que vivem em comunidades a pobreza, como se não houvesse potência nessas regiões

Iaiá Rocha
Fotógrafa, psicóloga e empreendedora
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Iaiá Rocha é fotógrafa, psicóloga e empreendedora
Iaiá Rocha é fotógrafa, psicóloga e empreendedora. (Iaiá Rocha)

Durante a pandemia, crianças das comunidades do Bairro da Penha, Romão, Piedade e Conquista, em Vitória, foram fotografadas e tiveram a beleza potencializada pelas lentes de Iaiá.

A produção foi feita com recursos próprios do Foto Melanina, além da ajuda de amigas e parceiras da fotógrafa, entre elas, a trancista e hair stylist Andreia Quitéria, e Isabella do Rosário, especialista em pele negra.

Ester dos Santos, moradora de Vitória fotografada para o projeto Foto Melanina(Iaiá Rocha)

Empreendedorismo

Modelo usa acessórios confeccionados pela empreendedora capixaba Iaiá Rocha
Modelo usa acessórios confeccionados pela empreendedora capixaba Iaiá Rocha. (Iaiá Rocha)

Atualmente, Iaiá mora no bairro Itararé, que também fica localizado no Território do Bem, e trabalha como analista de projetos em uma empresa do terceiro setor - atividade paralela às suas duas maiores paixões: a fotografia e o empreendedorismo.

Em 2021, ainda na pandemia da Covid-19, Iaiá começou a trabalhar no Instituto das Pretas em Vitória, e descobriu sua veia empreendedora. Na mesma época, ela começou a confeccionar os primeiros acessórios de sua marca.

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Muitas vezes, na periferia, a gente tem essa dificuldade de se enxergar como empreendedor e ter essa visão. Apesar de trabalhar de forma fixa, os planos para o futuro é seguir com meu negócio independente tanto na parte dos acessórios como na parte de fotografia envolvendo projetos

Iaiá Rocha
Fotógrafa, psicóloga e empreendedora
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Planos para o futuro

Recentemente, o Projeto Foto Melanina foi um dos aprovados em um programa de aceleração de negócio de um instituto em São Paulo. Iaiá já tem um livro de fotografia de adultos de comunidades da capital capixaba e pretende lançar um segundo com fotos de crianças de regiões de periferia da Grande Vitória.

Agora, os planos da fotógrafa empreendedora são focar no seu negócio e na fotografia voltada para projetos sociais e culturais.

"Que cada vez mais a gente possa fazer projetos, tanto artísticos quanto sociais; e que a gente possa cada vez mais fortalecer a autoestima de pessoas pretas, trazer essa questão do resgate de memória, da nossa história que foi apagada. Isso tudo usando a imagem como ferramenta. Que a gente consiga usar o nosso trabalho como ferramenta educacional nas escolas também", disse Iaiá.

Com informações de Fabiana Oliveira, do g1 ES

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