A cirurgia robótica tem vários benefícios para o paciente, entre eles o fato de não precisar de grandes cortes, por ser menos evasiva, e trazer uma recuperação muito mais rápida do que a convencional. A metodologia tem sido cada vez mais utilizada e exige uma certificação específica para isso. E este também é um campo que está sendo, aos poucos, ocupado por mulheres.
No Espírito Santo, a ginecologista e mastologista Thaissa Tinoco Sassine é uma das duas únicas mulheres autorizadas a realizar o procedimento no Estado. Além disso, ela é a única instrutora do Centro de Formação em Cirurgia Robótica do Estado, que fica no Hospital Santa Rita, em Vitória.
O centro de treinamento é o primeiro do Espírito Santo e está em funcionamento desde março de 2020, com aulas teóricas on-line e simulação e treinamentos presenciais. A próxima turma começa em outubro, mas segundo informações do endereço eletrônico do curso, as vagas já estão esgotadas. Clique aqui para conhecer.
“Ser a única mulher no centro de treinamento é uma satisfação pessoal. Antigamente, esta era uma carreira muito masculina, mas as mulheres cada vez mais têm alcançado este campo e hoje temos muitas especialistas fantásticas. O que espero é que cada dia mais elas queiram se especializar, se aprofundar e serem cirurgiãs de ponta laparoscópicas e robóticas”, comenta Thaissa.
A médica conta que desde a residência teve interesse em fazer laparoscopia, uma técnica cirúrgica minimamente invasiva. Ela conta que, na época, já vislumbrava um futuro cada vez mais tecnológico para a medicina. Para fazer a cirurgia robótica, é preciso ter esta formação.
Ela explica que o robô apresenta uma imagem 3D para o médico, como se ele tivesse um olho dentro do paciente, muito diferente da imagem do procedimento por meio de uma televisão.
"É uma cirurgia que não precisa cortar e é assistida por plataforma robótica. Além disso, nos dá detalhes melhores e proporciona movimentos que com a nossa mão não conseguiríamos executar, ou seja, nos dá mais mobilidade e precisão para realizar os procedimentos. Quanto mais complexo o caso, melhor o benefício da cirurgia robótica. Por muito tempo, as pessoas precisavam ir para outros Estados para serem operadas desta maneira”, destaca a especialista.
Ela relata que em seu consultório já recebeu mulheres que vieram com uma indicação de tirar útero e cortar a barriga, mas a metodologia ajuda que o procedimento médico seja menos invasivo. “Com o uso da tecnologia, a gente sabe que é possível operar por pequenas punções no abdômen”, relata.
O uso de robôs pode ser usado em vários procedimentos . Em uma cirurgia ginecológica, como casos de câncer no endométrio, a médica ressalta que a recuperação é mais rápida, com sangramento menor, alta precoce, menos dores e remédios para as pacientes. Já para homens com câncer de próstata, há uma menor chance de ter disfunção erétil. Outro exemplo do uso de cirurgia robótica é a bariátrica.
Após hora de simulação e treinamento, Thaissa tirou a certificação para fazer cirurgias robóticas no Icard América Latina do Rio de Janeiro. “Quando você começa a fazer cirurgia minimamente invasiva, começa a aprender ainda mais sobre tecnologia, em como usar as técnicas mais avançadas para a cura, bem-estar e melhora na qualidade de vida da sua paciente”, complementa.
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