Cada pessoa ao seu lado pode contribuir para a sua jornada. A afirmação é da CEO do Movimento Black Money, Nina Silva, considerada a mulher mais disruptiva do mundo em 2021. “Cada uma deve identificar e entender se está sendo motivada no seu dia a dia pelos seus propósitos e se está conseguindo investir o seu tempo e o que tem de valor naquilo que realmente acredita”, pontua.
Nina Silva foi uma das palestrantes desta terça-feira (21) do EmpoderaDonas, realizado pelo Sebrae no Centro de Convenções de Vitória. Ela falou sobre o tema Liderar para Transformar. O evento teve como objetivo compartilhar experiências, criar novas conexões e celebrar histórias inspiradoras de mulheres que comandam seus próprios negócios e são protagonistas de suas histórias.
Além de Nina Silva, também estiveram presentes a apresentadora Rafa Brites, a ex-jogadora Hortência Marcari e a sócia fundadora da G2 Capital, Camila Farani. O espaço também contou com espaços para mentorias individuais e coletivas e rodas de conversas com empreendedoras do Espírito Santo.
A CEO é formada em Administração e especialista em tecnologia. Ela chegou a trabalhar em grandes empresas, mas preferiu seguir carreira solo porque não se sentia conectada ao mundo corporativo.
O movimento Black Money surgiu em 2017. Trata-se de uma plataforma de afroempreendedorismo que visa conectar pessoas negras do marketplace e consumidores, além de oferecer oportunidades de qualificação, investimentos em novos negócios e ser aceleradora de novas startups.
“Muito se fala que a inteligência artificial vai roubar emprego e o espaço das pessoas. É importante lembrar que a tecnologia sempre existiu, mas o que realmente importa é de que maneira a inovação pode otimizar recursos e impactar o maior número de pessoas. O que mudou foram as necessidades e comportamentos humanos e não o processo tecnológico”, analisa Nina.
Muitas mulheres acabam se boicotando quando têm uma sensação de insuficiência, condição inversamente proporcional às suas conquistas. A apresentadora Rafa Brites falou sobre esse sentimento durante a palestra Síndrome de Impostora.
“Quanto mais a gente sabe, mais a gente fica insegura. Muitas mulheres do mundo todo passam por isso e é preciso passar por cima disso porque precisamos ocupar os nossos lugares, usando essas experiências”, ressalta.
Rafa Brites recorda que ela já passou por diversas dessas experiências e que elas serviram de aprendizado, compartilhado com outras mulheres. “Essa sensação não tem uma cura, mas a gente pode impedir que ela nos impacte. Eu, por exemplo, cheguei a recusar uma vaga de estágio porque achei que estavam me contratando por outros motivos que não a minha competência”, lembra.
A síndrome de impostora, inclusive, faz com que muitas mulheres percam oportunidades de alcançarem cargos mais altos ou conquistar espaço no empreendedorismo, conforme destaca Rafa Brites.
No espaço Inspiradonas, a ativista Deborah Sabará e a empreendedora Ana Cláudia Evangelista falaram sobre “Lutas e conquistas das empreendedoras trans”. Durante o painel, elas contaram um pouco de suas histórias e que serviram de estímulo para quem estava na plateia.
Ana Cláudia relatou que viveu em situação de rua há alguns anos e conseguiu recuperar-se após fazer um curso de artesanato no projeto Fazendo Arte. Além da qualificação, ela faz o curso de Técnico em Turismo, no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).
“Vivo do artesanato e quero envelhecer com dignidade. Hoje estou tendo a oportunidade e buscando o meu espaço. Se a gente se respeitar, a gente chega em qualquer lugar. Não quero que ninguém sinta pena, quero que todos vejam como somos capazes”, comenta a artesã.
Já a ativista Deborah Sabará vê na capacitação as oportunidades para que travestis e pessoas trans possam conquistar seus espaços. “É necessário melhorar a autoestima e possibilitar a formação para dar visibilidade a essas pessoas”, destaca.
O EmpoderaDonas serviu como uma troca de ideias e experiências entre as participantes. Uma delas foi a artesão Vanessa Vicente, que trabalha com a confecção de bolsas em macramê. Ela participava de eventos do Sebrae muito antes de saber em que iria investir.
“Eventos como este servem para agregar valor a muitas empreendedoras. Há um ano abri o meu próprio negócio, com apoio da instituição, que oferta ferramentas de graça e acessível a todos”, valoriza.
A também artesã Rita Melin trabalha com costura e, inspirada em Vanessa, começa a investir na confecção de bolsas em macramê. “Fazer cursos é a chave para crescer e se desenvolver”, complementa.
Mariana Mota Tessarolo, que tem uma casa de repouso de idosos, acredita que o evento ajudou no networking, além da troca de experiência. Já a empresária Daniela Gurgel, que atua no ramo da agroindústria, considerou o evento uma experiência única. “É incrível saber que muitas mulheres querem ter sucesso em seus negócios, desejam empreender e se inspiram umas nas outras”, avalia.
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