A estudante Maria Eduarda Fonseca Cortes usou as redes sociais para expor agressões que afirma ter sofrido do ex-namorado. A jovem fez um desabafo em um post, na quarta (20), sobre o relacionamento que durou, aproximadamente, dois anos. Ela decidiu fazer a publicação, mesmo sem o apoio de amigos, porque se sentiu muito sozinha e sem ajuda após fazer a denúncia na Polícia.
A postagem viralizou e ela está recebendo muitas mensagens de mulheres que passaram por violência. Para a nossa reportagem, ela contou que muitas pessoas estão fazendo contato com ela. Maria Eduarda acredita que, mesmo com medo, as mulheres que sofrem violência não podem se esconder e se calar.
No post, ela desabafa que "foram inúmeras violências (estupro, estrangulamentos, cuspe na cara, perseguições, invasão de domicílio e chantagens). Isso tudo está me tirando a paz. Não recorro ao suicídio porque eu quero justiça" . Veja o texto na íntegra:
Só meses depois do término, Maria Eduarda teve coragem de ir à delegacia pela primeira vez para relatar a série de agressões que passou durante o namoro. No mês de julho, a jovem procurou a Polícia para denunciar o ex-namorado e registrar formalmente o boletim de ocorrência, conseguindo obter uma medida protetiva.
Em depoimento à polícia, Maria Eduarda disse que o ex-namorado sempre foi agressivo, desde que começaram a sair, e destacou que ele não aceitou o fim do relacionamento. Há quatro meses, quando terminou a relação, ela afirmou ter sido estrangulada. Além disso, relatou que ele teria ameaçado se jogar da janela do apartamento onde ela mora.
Ela contou ainda que, em outra ocasião, fez uma publicação nas redes sociais mostrando que estava em um cinema. O ex-namorado, então, teria ido até lá, sentado ao lado dela e a abordado no final do filme. De acordo com Maria Eduarda, ele sempre dizia que ia se matar se ela não reatasse o namoro.
Por causa das ameaças, ela disse que cedia e mantinha algum contato. Um dia afirmou ter ido até a casa dele para conversar e ele teria mantido relação sexual sem consentimento dela. "Mesmo eu dizendo mais de uma vez que não queria, ele insistiu. Fiquei muito mal. Hoje sei que fui estuprada", conta a estudante.
Ela afirma que só resolveu, de fato, realizar a denúncia depois que ele teria invadido o apartamento dela duas vezes. Em ambas as invasões, a estudante diz que ele se recusou a ir embora e tentou agarrá-la à força. Nas duas ocasiões, ela conta que precisou ameaçar chamar a polícia.
Por nota, a Polícia Civil informou que está investigando o caso por meio da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Vila Velha e, para preservar a apuração, nenhuma outra informação será repassada.
Reforçou também que a população pode denunciar e ajudar nas investigações através do Disque-denúncia (181). A ligação é gratuita e pode ser realizada em qualquer município do Estado.
O nome do ex-namorado de Maria Eduarda não está sendo divulgado a pedido dela. Ela teme sofrer retaliações judiciais. Nossa equipe de reportagem tentou contato com o ex-namorado, mas não obteve retorno das ligações.
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