Para ajudar pais, mães e cuidadores a dar uma educação antirracista para as crianças, o Instituto Das Pretas e a empresa Nívea vão lançar nesta quarta-feira (24) a Cartilha Antirracista da Escola de Elisas.
O conteúdo que está disponibilizado para download na página da instituição tem seis capítulos que abordam vários assuntos, entre eles o resgate do Brasil Afro-Brasileiro, bases sobre racismo e injúria racial, fundamentos de uma cultura antirracista e não-violenta, expressões antirracistas, empoderamento, orientação sobre o que fazer quando o racismo é identificado, além de dicas de livros e filmes.
A cartilha surgiu a partir dos questionamentos trazidos por pais e responsáveis de crianças participantes do projeto de letramento racial (prática de ensino que busca conscientizar as pessoas sobre a importância de entender a questão racial em todas as suas dimensões) a Escola de Elisas, sobre quais melhores formas de educar suas crianças negras e não negras para serem no futuro incentivadoras do respeito às diferenças.
Segundo a co-coordenadora geral e coordenadora pedagógica do projeto, Luana Loriano, é essencial essa educação começar na primeira infância, quando a criança começa a criar a sua identidade. E em relação aos adultos, é importante estes estarem a par e conscientes desses assuntos para que possam ser também bons exemplos a serem reproduzidos.
“Poder estar comentando isso também para pessoas adultas é muito importante, porque é a gente sabe que as crianças acabam em alguns momentos reproduzindo falas de adultos. Quando a gente quer estourar uma bolha e fomenta isso para que adultos, conversem e leiam é uma forma também que a gente tem de combater isso de cima para baixo para que nossas crianças num futuro não tão distante consigam crescer em uma sociedade melhor ", explicou.
O projeto foi criado com o objetivo de promover o letramento racial poético e proporcionar para as meninas de 8 a 12 anos um espaço de trocas e convivência por meio da literatura, no qual possam construir de forma saudável as suas identidades, exercitando o sonho e a imaginação, contribuindo para elas dialoguem sobre a negritude, empoderamento feminino e futuro.
A primeira edição do projeto foi realizada de forma presencial no bairro de Grande São Pedro, em Vitória, e recebia 20 meninas negras e não-negras para troca de conhecimento e diálogos.
Durante os três meses de projetos com sete encontros ao todo, as meninas receberam os " Presentes de Elisas”, kit contendo duas obras literárias, cada mês seguindo um direcionamento temático.
De acordo com a coordenadora pedagógica do projeto, neste ano a escola acontecerá no segundo semestre para meninos e meninas, na faixa etária de 8 a 12 anos. As informações sobre como participar do projeto e outros serão publicadas nas redes sociais e no site da escola.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta