Sombra, base, batom, iluminador, rímel… É com a ajuda desses produtos que o projeto Maquiando por Amor busca aumentar a autoestima de crianças e jovens. Para isso, a iniciativa vai oferecer, nesta sexta-feira (22), a partir das 13 horas, um curso gratuito de automaquiagem para moradoras de São Benedito, em Vitória, que não têm condições de pagar pelo aprendizado. A ação vai acontecer na sede da ONG Serviço de Engajamento Comunitário (Secri), que fica no próprio bairro.
A ideia do projeto surgiu através da experiência vivida por Letícia Almeida Silva, que se apaixonou pela maquiagem quando realizou um curso oferecido pela ONG.
“Também moro na periferia. Depois de fazer o curso de automaquiagem, pensei em realizar esse projeto, ministrando aulas de graça para que mais meninas tivessem a mesma oportunidade”, conta a maquiadora.
Desde os primeiros cursos realizados, Letícia percebe como a maquiagem é capaz de melhorar a autoestima e a motivação das meninas. Muitas delas passam a usar o aprendizado como fonte de renda.
“Já tive vários casos de meninas que iniciaram o curso comigo e hoje ganham dinheiro por meio da maquiagem. Isso gera uma perspectiva de que é possível melhorar a vida e enxergar outra realidade”, observa Letícia.
A iniciativa do “Maquiando por Amor”, segundo Letícia, também faz parte da campanha “Setembro Amarelo”, ação que incentiva a conscientização e a prevenção ao suicídio. A maquiagem, nesse caso, ajuda a aumentar o amor próprio das meninas.
Para o psicólogo Alexandre Vieira Brito, ações como o curso de automaquiagem são capazes de influenciar a autoestima.
“Os pais e a comunidade têm papel importante no desenvolvimento da autoestima das crianças e jovens. E esses cuidados são essenciais para a saúde mental”, aponta Alexandre.
O psicólogo destaca que construir espaços de cuidado com o corpo das crianças, respeitar as particularidades e evitar comparações são algumas iniciativas indispensáveis para nutrir uma autoestima saudável.
“Ações e práticas sociais que favorecem espaços para que crianças e jovens sejam os principais protagonistas, que reconheçam seu espaço de fala e valorizem suas existências são indispensáveis, pois entendem que o cuidado de si não é uma vaidade, mas uma necessidade”, avalia o psicólogo.
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