A dependência econômica é um dos principais motivos que levam mulheres a permanecerem em um relacionamento abusivo. Sem ter uma renda, elas acabam aceitando essa condição porque não conseguem se manter após o divórcio. Como forma de dar autonomia para essas pessoas, a Prefeitura da Serra decidiu incentivar empresas a acolherem essas cidadãs, por meio do selo social Conte Comigo.
A iniciativa está em vigor desde março deste ano. A secretária de Políticas Públicas para as Mulheres da Serra (Seppom), Gracimeri Gaviorno, explica que a ideia é que as companhias possam qualificar e dar oportunidade de emprego a quem sofre as agressões. A pasta é responsável por identificar e fazer o encaminhamento das vítimas para os treinamentos.
A empresa interessada em participar do projeto precisa fazer o cadastro no Sine, que funciona no Portal de Jacaraípe. As mulheres que sofreram a violência, que têm condições de retomarem suas atividades profissionais, também serão catalogadas no sistema. A candidata que tiver o perfil da vaga será encaminhada para entrevista. Já a seleção é feita pela contratante.
Segundo Gracimeri, elas chegam na Seppom muito fragilizadas psicologicamente e ainda precisam lidar com o preconceito, pois o mercado de trabalho se fecha para elas. Na secretaria, as vítimas recebem atendimentos psicológico, jurídico, entre outros.
“Se elas estão debilitadas, há impacto na produtividade e acabam sendo discriminadas por isso. Há também aquelas que são obrigadas a não estudar nem trabalhar, além de não ter qualificação. A nossa intenção é ajudar essas vítimas a reconstruírem suas vidas e retornarem para suas atividades profissionais. A conquista de um emprego proporciona a chance de mudança, dignidade, independência e autoestima. As empresas dispostas a acolher essa mulher recebem o selo social”, comenta.
Gracimeri ressalta que 20 mulheres estão sendo qualificadas em uma empresa do polo industrial da Serra. Se elas forem admitidas, a organização poderá receber o selo social.
“Muitas pessoas acreditam que a política social é implantada na base da troca, mas não é bem assim. As companhias querem algo que possa agregar valor ao patrimônio moral da organização, por isso a importância de ter esse reconhecimento por meio do selo”, afirma.
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