No Julho das Pretas — mês de ação política e agenda com espaço para reivindicações das mulheres negras —, o Todas Elas vai realizar uma live sobre as oportunidades e lutas que ainda são desafios no dia a dia dessas mulheres. A transmissão ocorrerá nesta quinta-feira (13), às 19 horas, no site e nas redes sociais de A Gazeta, com a participação de convidadas especiais: a presidente do Instituto Conexão Perifa, Crislayne Zeferina, e a coordenadora do Coletivo Beco e do Conectando Mulheres, Ana Clara.
Desde maio, Crislayne Zeferina trabalha para que o Julho das Pretas tenha visibilidade e consiga atingir mais mulheres pretas com sua importância, ações e temas. “A importância do julho está ligada à incidência política que estamos fazendo para dar visibilidade às diversas mulheres negras capixabas que existem. O tema que estamos trabalhando é por mais visibilidade, respeito e pelo fim do racismo estrutural”, explica a presidente do Conexão Perifa.
Já Ana Clara é coordenadora do Coletivo Beco, uma organização sem fins lucrativos que trabalha na perspectiva de ampliação e busca por direitos coletivos e comunitários, além de pontuar o debate da negritude de forma central, transversal e interseccional. Ela ressalta que o objetivo de falar sobre os problemas do racismo e machismo que é vivido por corpos negros é essencial para entender as dores dessas pessoas e construir uma sociedade melhor.
"Precisamos falar desse passado e presente através de narrativas negras. Materializar nossos diálogos e dores são processos fundamentais e potentes para construirmos uma sociedade em que não haja esses problemas do racismo e machismo contra mulheres negras. O Brasil tem uma população de maioria negra que necessita ocupar espaços literários, históricos, culturais, formais que também contêm a sua história", destaca Ana Clara.
Quem vai conduzir a live do Todas Elas é a influencer, repórter e apresentadora do Em Movimento, da TV Gazeta, Elis Carvalho. Para ela, ações no Julho das Pretas são fundamentais para dar voz às reivindicações e discussões das mulheres negras.
“Todas as mulheres já nascem lutando contra o machismo. Só que as mulheres negras precisam lutar contra machismo e também contra o racismo. Por mais que tenhamos questões muito parecidas, nós também temos histórias e vivências historicamente muito diferentes. Então, o Julho das Pretas é importante para levantar os debates e necessidades das mulheres pretas para que a gente possa de alguma forma fazer algo para acabar com esse preconceito contra elas e fazer com que consigam chegar em posições de poder, que é o que a gente não vê hoje em dia”, ressalta Elis.
Segundo a editora-chefe de A Gazeta, Elaine Silva, a iniciativa de criar uma programação para o mês de julho, que contém debates sobre opressões, racismo e machismo contra as mulheres negras, surgiu da conexão do projeto Todas Elas com os movimentos e instituições que lutam pela igualdade de gênero e racial.
“Quando vimos a importância do evento Julho das Pretas, nos pareceu muito interessante juntar as nossas iniciativas para falar desse momento tão especial, de valorização do universo feminino, no contexto racial também. A programação já começou, mas terá muitos outros eventos até o fim do mês e vamos contar na live o que vem pela frente”, afirma Elaine.
O "Julho das Pretas" foi criado pelo Instituto da Mulher Negra (Odara), em 2013, para celebrar o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, que ocorre em 25 de julho. Além disso, tem o intuito de lembrar do Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, em homenagem à líder que comandou a luta do Quilombo de Quariterê, no século 18, no Brasil.
Desde então, o mês é marcado pela importância dos eventos. A ação política é realizada em todo o país com organizações dos movimentos sociais, coletivos e autônomos das mulheres negras nas diversas esferas da sociedade.
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