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Vitória prevê pagar auxílio de um salário mínimo para órfãos por feminicídio

Vitória prevê pagar auxílio de um salário mínimo para órfãos por feminicídio

Projeto de lei será enviado pela prefeitura até o início da próxima semana para a Câmara; intenção é que cerca de 20 crianças comecem a receber ainda neste ano

Publicado em 3 de novembro de 2022 às 19:24

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Crianças e adolescentes moradores de Vitória que ficaram órfãos após suas mães serem vítimas de feminicídio vão receber auxílio de um salário mínimo ao mês até completarem 18 anos. O benefício pode ser estendido até o jovem completar 24 anos caso esteja matriculado em um curso superior. O objetivo é dar todo o apoio necessário para que essas vítimas cheguem à vida adulta e evitar que a história se repita.

A proposta está em um projeto de lei da prefeitura, que será enviado até o início da semana que vem para a Câmara de Vitória. Caso seja aprovado, a previsão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) é sancioná-lo para começar a fazer o pagamento ainda neste ano. O projeto a ser encaminhado para o legislativo recebeu o nome da médica Milena Gottardi, que foi morta em setembro de 2017 a mando do seu marido. Ela deixou duas filhas.

 Vitória - Vigília pelo fim dos feminicídios e da violência contra as mulheres, realizado na Praça Costa Pereira, Centro de Vitória
Vitória - Vigília pelo fim dos feminicídios e da violência contra as mulheres, realizado na Praça Costa Pereira, Centro de Vitória. (Fernando Madeira)

Segundo o prefeito, o valor será pago para cada um dos filhos das vítimas do feminicídio. Quem vai administrar o valor será o responsável legal pela criança. A previsão inicial é que o projeto auxilie, inicialmente, de 15 a 20 órfãos moradores de Vitória. Para receber é preciso cumprir alguns requisitos, como estar matriculado em uma escola e ter frequência de 75%.

"O benefício é para que as vítimas tenham garantido a sua manutenção mínima para que possam progredir na vida. A grande questão é que as crianças e adolescentes ficavam sem pai – geralmente presos pela conduta criminosa –, as mães eram mortas, e esses jovens iam residir com familiares. E o orçamento doméstico já era apertado. Estamos trazendo uma novidade para que essas crianças tenham garantia de dignidade mínima", disse Pazolini.

A secretária de Assistência Social de Vitória, Cintya Schulz, afirma que a prefeitura continua trabalhando para reduzir o feminicídio  e que para que seja prevenido. "O feminicídio trata a mulher como coisa, e o homem decide quando essa mulher e esses filhos vão ficar sem uma pessoa. Infelizmente, o crime tem características específicas. Um companheiro, marido e namorado não aceita o fim de um relacionamento ou a conduta de uma mulher, e elas são mortas, normalmente dentro de suas casas. E os filhos normalmente presenciam", lembra a secretária.

Requisitos para receber o benefício

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