Após a decisão o ministro Alexandre de Mores, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou suspensão da rede social X, o antigo Twitter, no Brasil, usuários detectaram falhas no acesso à rede desde a madrugada deste sábado (31). Para alguns clientes da operadora Claro, por exemplo, poucos minutos após este horário, a plataforma já não funcionava nas versões para desktop. As versões para celular ainda funcionavam para alguns usuários.
Clientes da Vivo indicavam falhas no aplicativo tanto no celular quanto na versão para computador. O mesmo acontecia para clientes de outras operadoras. Pouco depois da meia-noite, a plataforma Downdetector, que registra notificações sobre problemas na rede, apontou uma alta significativa dos relatos e dificuldade de acesso, com dez vezes mais notificações de falhas do que ao longo do dia, chegando a um pico de 903 notificações registradas às 0h02. O número de relatos reduziu durante a madrugada, mas voltou a crescer por volta das 6h da manhã, de sábado, chegando a 139 notificações às 6h32.
Moraes mandou suspender a rede social X após o empresário Elon Musk, dono da plataforma, se recusar a nomear um representante para responder pela empresa no Brasil. Ele afirma que a plataforma tentou se esquivar da jurisdição brasileira "com a declarada e criminosa finalidade de deixar de cumprir as determinações judiciais". A empresa alega que as decisões do STF violariam a legislação e que seus funcionários no País vinham sendo ameaçados de prisão.
A suspensão "imediata, completa e integral" vale até o X nomear um responsável - pessoa física ou jurídica - pelas operações no território brasileiro e também pagar as multas impostas pelo STF por descumprir bloqueios a perfis na rede social. O valor ultrapassa R$ 18 milhões.
Mais cedo, o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, confirmou que o órgão deveria cumprir a decisão em 24 horas e que já havia começado a notificar os provedores de internet. A Conexis Brasil Digital, que reúne as principais operadoras do País, confirmou o recebimento da notificação, garantiu que faria o cumprimento da medida, mas não deu prazo para tal. As empresas associadas são: Claro, TIM, Vivo, Oi, Algar Telecom e Sercomtel.
Além da suspensão da rede social, Moraes determinou a aplicação de multa aos usuários que usarem programas de VPN para acessar a plataforma. O valor é de R$ 50 mil por dia. Especialistas, porém, consideraram a decisão como exagerada, desproporcional e inexequível. A OAB também prometeu cobrar esclarecimentos sobre a multa.
Ministros do STF consideram que a decisão monocrática de Moraes deve ser levada ao plenário da Corte. Segundo apurou o Estadão, em conversas reservadas desde quinta-feira, 29, ministros disseram a Moraes que é melhor fazer uma sessão extraordinária, o quanto antes, para que o assunto seja referendado por seus pares.
Embora ações do magistrado causem preocupação no tribunal, como a demora para concluir os inquéritos das fake news e das milícias digitais, que se arrastam desde 2019, a maioria dos ministros avalia que ele agiu de forma correta no caso do embate com a plataforma de Elon Musk. A rede X foi derrubada a pouco mais de um mês das eleições municipais.
Depois da decisão, o bilionário e dono da rede social, Elon Musk, acusou o magistrado de destruir a liberdade de expressão por "motivos políticos". A declaração foi feita em publicações na própria plataforma, que ainda não havia saído do ar, e Musk dirigiu-se a Moraes como "pseudojuiz não eleito no Brasil."
"A liberdade de expressão é o alicerce da democracia", reforçou o dono do X na mesma postagem. Na decisão, o ministro do STF estabeleceu uma multa diária de R$ 50 mil para quem tentar burlar o bloqueio ao X por meio de VPN - ferramenta que permite omitir a localização de acesso à internet. Esses usuários também podem responder criminalmente, segundo o documento.
No sábado, 17, o X já havia encerrado suas operações no Brasil, após o STF decidir pela suspensão de contas da rede social que disseminassem discurso de ódio e desinformação. Para Elon Musk, dono do X, a decisão configuraria censura e, por isso, ele anunciou o encerramento das atividades no País. Apesar do fim dos escritórios, a empresa garantiu que os usuários continuariam tendo acesso à plataforma normalmente.
Veja outras opções de redes sociais e aplicativos semelhantes?
Rede social mais recente de Mark Zuckerberg, o Threads surgiu em julho do ano passado para ser a rede de microblogs da Meta, que também comanda apps como Instagram, WhatsApp e Facebook. A principal motivação para a plataforma foi uma sequência de mudanças feitas por Elon Musk no X que não agradou os usuários, como o foco em ferramentas apenas para assinantes do Twitter Blue.
Para interagir no Threads, que já acumula mais de 265 milhões de downloads, é necessário que o usuário tenha um perfil no Instagram e baixar o aplicativo próprio da plataforma. Para publicar, o usuário deve acessar a opção central da parte inferior da tela e a partir daí pode começar a escrever uma publicação ou anexar uma mídia no ícone do clipe.
Ainda, os usuários podem fazer publicações de até 500 caracteres, publicar fotos e vídeos e compartilhar conteúdos de amigos. O aplicativo também permite que os usuários migrem suas listas de seguidores e nomes de conta existentes do Instagram.
Em uma atualização recente da versão para desktop da rede social, o usuário poderá ver dados de seu público de seguidores como gênero, idade e localização, similar a funções já existentes no Instagram. Os novos recursos estão disponíveis para contas a partir de 100 seguidores e devem agradar, principalmente, criadores de conteúdo.
O Mastodon chegou a ser considerado um dos candidatos a "novo Twitter". Segundo o Google Trends, a popularidade mundial dessa rede social cresceu 157% após a demissão em massa de funcionários do Twitter em novembro de 2022, logo após Musk assumir a empresa.
Criada em 2016, essa é uma rede social descentralizada, gratuita, sem publicidade e de código aberto - podendo ser aprimorada pelos próprios usuários ou desenvolvedores externos.
Para interagir no Mastodon, você deve ingressar em um servidor (administrado por uma organização, uma pessoa ou até por um grupo de pessoas) e as políticas de moderação dentro desses servidores dependem de cada administrador, apesar de existirem regras gerais que devem ser seguidas pelos servidores. É possível interagir em mais de um servidor e até criar o seu próprio, além de ser possível, também, seguir outros usuários.
No Mastodon, as publicações são chamadas de toots, limitadas a 500 caracteres cada. Assim como no Twitter, é possível publicar fotos, vídeos ou até arquivos de áudio e subir hashtags.
O aplicativo está disponível tanto para dispositivos Apple quanto para Android. Para criar uma conta, basta clicar aqui e seguir as instruções do site quanto a interesses e idioma.
Bluesky é uma rede social que está sendo desenvolvida desde 2019 pelo cofundador do Twitter, Jack Dorsey. Lançada com o sistema de convites, onde apenas usuários que já estavam na plataforma podiam convidar amigos, a rede é, agora, aberta para qualquer pessoa criar uma conta.
O aplicativo é bem parecido com o Twitter, tendo a mesma formatação, mas em uma versão mais minimalista. As funções são praticamente as mesmas: é possível fazer publicações em texto, com no máximo 256 caracteres, e em imagens, assim como excluir seus posts e curtir, comentar e repostar as publicações de outros usuários.
Há uma página de pesquisa e sugestões de pessoas para seguir, além de um espaço para ver as notificações que receber. Não há um espaço para enviar mensagens privadas para outros usuários. Além disso, diferente do Twitter, no Bluesky não é possível publicar vídeos e nem áudios. A rede social, assim como o Mastodon, também tem código aberto e descentralizada.
O Reddit já é uma plataforma de fórum mais antiga e conhecida, lançada em 2005. A diagramação do site não é igual ao Twitter; para interagir, é possível acessar comunidades de bate-papo chamados "subreddits" para diversos interesses, como música, anime ou política, por exemplo.
Durante as conversas nas comunidades, é possível iniciar uma discussão, fazer votações e até criar novos tópicos nas discussões em aberto. Assim como no Mastodon, cada subreddit tem sua própria política de moderação e regras que devem ser seguidas pelos membros.
Outra rede social conhecida é o Discord. Lançada em 2015, essa é uma plataforma de bate-papo por vídeo, áudio e, também, por texto.
Para interagir no Discord, você deve ter um convite para ter acesso a um servidor e, lá, participar das discussões. Você pode fazer parte de vários servidores e até criar o seu próprio.
É um aplicativo bem amplo e versátil, onde você pode administrar o seu servidor da forma que preferir, adicionando ícones e mudando o nome dos integrantes do servidor.
Além disso, é possível iniciar conversas podendo compartilhar arquivos de vídeo, áudio e imagem, além de poder até fazer transmissões ao vivo para os membros. Pelo seu caráter multimídia, é uma ferramenta conhecida na comunidade gamer.
O Discord está disponível tanto para computadores quanto para dispositivos móveis.
Com todas essas novas opções de rede sociais, nem cogitamos a possibilidade de retornar aos aplicativos que já não estão mais no repertório do público mais jovem. Mesmo assim, não é possível negar o sucesso dessas redes sociais há uns anos. Então, por que não retornar às origens?
Criado por Mark Zuckerberg em 2004, o Facebook pode estar em baixa entre os usuários mais jovens, mas continua sendo a maior rede social do mundo. A plataforma tem como princípio a conexão mútua de pessoas: as amizades são adicionadas apenas se os dois usuários aceitarem um convite - uma das únicas com a lógica, atualmente.
O feed do Facebook permite publicar fotos, vídeos e textos, além das reações nas publicações de amigos, chat individual e em grupo, transmissões ao vivo e ferramentas de gerenciamento de negócios. Mas nem sempre foi assim: no início, era apenas possível ver as publicações dos amigos acessando seus perfis pessoais. Mais tarde, Zuckerberg foi o responsável por adicionar o botão de "curtida" na plataforma, padrão que se repetiu em basicamente todas as outras plataformas.
Já o Tumblr, popular nos anos 2010, ficou conhecido como uma mistura de blog e Twitter, onde é possível publicar vídeos, imagens e textos mais longos, mas também compartilhar o conteúdo de outras pessoas. Por lá, usuários também conseguem comentar a publicação alheia, assim como repostar com comentários - igual os retuítes, do X.
A plataforma de interface azulada permite que o usuário siga outros perfis e tenha seguidores, além de oferecer uma caixa de mensagens privadas para conversas.
Além disso, todas as publicações aparecem em um blog à parte do feed, como se fosse um site, que pode ser personalizado individualmente para cada usuário - os famosos "temas" em códigos HTML bombaram na plataforma e foram responsáveis por perfis dedicados e serviços específicos para mudar a cara do próprio site.
Para fazer uma conta no Tumblr, é preciso ter uma conta de e-mail e logar com um usuário e senha. A manutenção do perfil é gratuita.
Se você passou longe da rede social, mas quer ativar uma conta por lá, é necessário ter uma conta de e-mail e cadastrar senha e número de telefone. O Facebook também oferece como opção padrão a verificação de autenticidade em dois fatores.
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