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Defensoria da União entra com ação na Justiça Federal para adiar Enem

Defensoria da União entra com ação na Justiça Federal para adiar Enem

O exame, que é a principal forma de acesso ao ensino superior no Brasil, está marcado para os próximos dias 17 e 24 de janeiro

Publicado em 8 de janeiro de 2021 às 18:57- Atualizado há 4 anos

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Divulgado edital com as regras da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 impresso
Divulgado edital com as regras da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 impresso. (Futura Press/Folhapress)

A Defensoria Pública da União pediu nesta sexta (8) à Justiça Federal de São Paulo, em tutela de urgência, o adiamento do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) por conta do avanço da pandemia de Covid-19 no país.

O exame, que é a principal forma de acesso ao ensino superior no Brasil, está marcado para os próximos dias 17 e 24 de janeiro.

"Temos uma prova agendada exatamente no pico da segunda onda de infecções, sem que haja clareza sobre as providências adotadas para evitar-se a contaminação dos participantes da prova, estudantes e funcionários que a aplicarão", diz o pedido, assinado pelo defensor João Paulo Dorini.

As principais entidades estudantis do país, UNE (União Nacional dos Estudantes) e Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), entraram como "amicus curiae" (amigo da corte) na ação. Eles já haviam encaminhado ofício ao MEC (Ministério da Educação) pedindo o adiamento, mas a pasta negou a possibilidade de mudança para uma nova data.

Com o novo repique da pandemia, as entidades avaliam que candidatos possam deixar de fazer a prova com receio do contágio, afetando especialmente aqueles que estão em situação mais vulnerável.

Eles também criticam a ausência de medidas para evitar que pessoas infectadas possam acessar os locais de prova. O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão responsável pelo exame, não vai exigir a medição de temperatura dos candidatos nem definiu qualquer outro tipo de análise de sintomas.

"Não há maneira segura para a realização de um exame com quase seis milhões de estudantes neste momento, durante o novo pico de casos de Covid-19. Qual será o impacto de mais um aumento exponencial de contaminações em decorrência do Enem, que não se restringirá apenas a estudantes e funcionários, mas também a seus familiares e pessoas de suas convivências, em um sistema de saúde já colapsado?", diz a ação judicial.

A defensoria pede que o exame seja adiado "até que possa ser feito de maneira segura, ou ao menos enquanto a situação não esteja tão periclitante quanto agora."

Programado originalmente para novembro, o Enem só foi postergado para janeiro depois de forte mobilização de estudantes, secretários de educação e entidades da área. O governo Jair Bolsonaro (sem partido) resistiu no adiamento, negando o risco da realização da prova durante a pandemia.

A nova data só foi anunciada após uma iminente derrota sobre o tema no Congresso, que chegou a aprovar um texto exigindo a alteração da data.

Ainda que tenha adiado a prova, o MEC ignorou o resultado da consulta pública que organizou, já que a maioria dos candidatos indicou preferir a transferência do Enem para maio.

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