Três carros de luxo do empresário Sidnei Piva de Jesus, dono da Viação Itapemirim, foram leiloados por um preço abaixo do praticado no mercado para pagar uma dívida judicial com valor inicial de R$ 1,2 milhão.
Um Porsche Panamera (2019/2020) avaliado em R$ 682 mil foi arrematado por R$ 418,3 mil. O outro veículo é um Audi Q7 (2019) cotado em R$ 434,98 mil, comprado por R$ 340,6 mil. Uma Mercedes-Benz C180 (2019) também estava na lista. O carro avaliado em R$ 180 mil foi leiloado por R$ 140,2 mil.
De acordo com informações publicadas em O Globo, o evento foi realizado pela D1 Lance Leilões no dia 10 de agosto. O pregão arrematou R$ 899,1 mil. Os valores deverão ser usados para o abatimento da dívida do empresário.
Piva, conhecido pela Viação Itapemirim, empresa de transporte rodoviário, foi também o nome por trás da companhia aérea batizada Ita, lançada em julho de 2021, mas que ficou menos de seis meses em operação, deixando milhares de brasileiro sem voos às vésperas do Natal do ano passado.
Ele chegou a ser afastado da presidência do grupo de transporte rodoviário, mas conseguiu voltar ao cargo em março deste ano, depois da Justiça ter revogado a decisão. Ao longo dos últimos meses a empresa tem tentado driblar pedidos de falência do grupo, vindo não só de credores, mas também do Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
As imagens dos veículos leiloados não foram divulgadas. No entanto, reunimos fotos dos modelos dos veículos arrematados.
O processo que determina a penhora dos carros decorre de uma ação movida pela empresa Mottarone Serviços, que vendeu em 2018 à Itapemirim a empresa Trans Sistemas de Transportes, por R$ 5,5 milhões.
No entanto, a companhia foi à Justiça alegando não ter recebido de Piva parte dos valores referentes ao acordo. "Sidnei, ao que tudo indica, tem se utilizado de atos que culminam com a transferência patrimonial pessoal e da própria Trans à sua outra empresa", dizem os advogados da Mottarone no processo.
"O mais absurdo de tudo é que enquanto os Exequentes sofrem com o inadimplemento dos Executados e lutam pela busca de bens suficientes para satisfazerem as execuções propostas, os Executados continuam vivendo com luxuosidade e excelente condição de vida", afirma o documento. Segundo os autos do processo, Piva reconhece a dívida, mas culpa a pandemia pela dificuldade em pagar os valores.
A ação, aberta em 2020, mostra que a empresa já tentou penhora de contas bancárias de Piva, mas não obteve sucesso. "Nenhum valor foi localizado nas contas bancárias dos Executados, mas, com certeza, esses valores aparecem para pagar a locação do luxuoso apartamento em que vivem em São Paulo", segundo a ação.
O apartamento citado é localizado no bairro nobre de Itaim Bibi, em São Paulo. Os advogados citam que o valor do aluguel é de cerca de R$ 60 mil mensais.
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