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Justiça aprova pedido de recuperação extrajudicial da Amaro

Justiça aprova pedido de recuperação extrajudicial da Amaro

Dívida da varejista de moda chega a R$ 244,6 milhões

Publicado em 29 de março de 2023 às 10:29

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SÃO PAULO, SP - A Justiça aceitou o pedido de recuperação extrajudicial da varejista de moda Amaro, que havia sido feito em 22 de março, na 3ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de São Paulo.

O plano abrange as dívidas quirografárias (sem garantia) da companhia, que chegam a R$ 244,6 milhões.

Guide shop da Amaro no shopping Morumbi, zona sul de São Paulo
Guide shop da Amaro no shopping Morumbi, zona sul de São Paulo. (Divulgação)

Na decisão, tomada no último dia 24 de março, a empresa informa que em outubro de 2021 contratou um banco de investimento para captar recursos.

Além de assinar um termo de exclusividade com um fundo de investidores, no início de 2022, ela chegou a conseguir duas linhas de crédito junto ao Itaú e ao Santander, para manter o fôlego financeiro até o fechamento da rodada de investimento.

"Contudo, em virtude da crise no mercado de crédito relacionado aos setores de tecnologia e 'venture capital', o fundo postergou o investimento para o ano seguinte."

Segundo relato, sem ter tido sucesso na busca por novos investidores e pela renegociação das condições de pagamento dos créditos fornecidos pelo Itaú e pelo Santander, a Amaro se viu obrigada a implementar planos de austeridade de gastos.

No pedido, a empresa também cita que o setor de varejo tem sofrido com a alta da taxa de juros e com a volatilidade do câmbio. Esses fatores, aliados a problemas internos, gerou um aumento considerável do passivo da empresa nos últimos anos.

O plano teve aprovação de credores que representam 41,63% do que é devido, o equivalente a R$ 101,8 milhões.

Ao aprovar o pedido, a juíza ressalta que a reestruturação foi fruto de negociações com os principais credores abrangidos e que a empresa cumpriu os requisitos legais para a homologação judicial.

O que diz a Amaro

Em nota, a Amaro disse que chega a um acordo com os seus principais credores e define plano de reestruturação, em "um cenário de juros extremamente altos e retração de crédito, especialmente para o varejo, a Amaro protocolou um plano de Recuperação Extrajudicial como parte do processo de reestruturação do negócio".

"A empresa tem como objetivo preservar sua liquidez e adequar a sua estrutura de capital para fortalecer a operação. Além disso, visa a manutenção do relacionamento com fornecedores e parceiros."

Fundada em 2012, a empresa atua no varejo de moda, além de produtos de beleza femininos e de decoração de ambientes. Ela opera tanto no comércio on-line quanto por meio de 20 lojas físicas instaladas em shoppings.

À Justiça, a Amaro informa empregar 594 pessoas diretamente "e mais de centenas de outros indiretos, bem como se relaciona com uma cadeia de fornecedores que dela dependem".

A juíza apontou a Deloitte Administração Judicial como administradora. Os credores têm até 30 dias para a aprovação ou não do plano de recuperação da empresa.

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