O comediante Rafinha Bastos, 44, não precisará mais pagar R$ 500 por dia a Marcius Melhem, 49, após se recusar a tirar vídeos do ar em que satirizava as acusações de estupro do ex-diretor da Globo.
De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, a decisão anterior foi revertida em segunda instância pelo relator Romolo Russo.
Até então, Bastos tinha de apagar ao menos três publicações que ele fez contra Melhem sob pena de multa de R$ 500 por dia. A decisão era do dia 20 de janeiro.
O limite total da multa estava vinculado ao valor de R$ 50 mil. Melhem também gostaria de uma retratação pública, mas isso ainda não foi julgado.
Nas publicações em questão, que podem ser vistas nas contas de Bastos no Twitter e no Instagram, o humorista mostra um trecho de uma entrevista dada por Melhem, acusado de assédio moral e sexual, em que ele se diz inocente e afirma já ter traído sua mulher várias vezes.
Nas legendas, Bastos o chama ironicamente de "vítima". Em outro, afirma que ficou sabendo que a defesa de Melhem pensa em processá-lo pelas piadas que fez e chamou isso de "absurdo".
Ele também dubla o áudio da entrevista e faz piada sobre outras acusações que o ex-diretor poderia ter recebido. "Matei 48 pessoas, matei várias vezes e foi muito doloroso para mim", ironiza Rafinha.
Procurado, Marcius Melhem, por meio de sua assessoria, não respondeu as solicitações até a publicação deste texto.
Reportagem da revista piauí revelou detalhes sobre dois assédios sofridos por Dani Calabresa, 39, que causaram comoção de internautas e artistas. Na época dos fatos, Melhem atuava como diretor humorístico da emissora. Segundo testemunhas e colegas da atriz, as situações aconteceram em 2017. Ele nega.
Marcius Melhem revelou que demorou um ano para falar porque antes de tudo queria entender o que estava acontecendo. Em entrevista ao UOL, o ator e diretor disse que "depois de um ano, eu consigo entender que tudo que aconteceu e está acontecendo comigo, aconteceu a partir dos meus erros."
"Hoje eu entendo que tive comportamentos, atitudes, que não cabem mais. Entendo que fui, como homem, e é muito doloroso para mim dizer isso aqui porque me expõe, expõe minha família mais do que já estão expostas, minha ex-mulher, minhas filhas, mas estou aqui por uma questão de dignidade. Já não é uma questão de culpado, inocente, não ser ouvido, condenado, é uma questão de dignidade", diz.
"Eu fui um homem tóxico, um marido péssimo, uma pessoa que cometeu excessos em se relacionar com pessoas dentro de seu próprio ambiente de trabalho, coisa que eu não via problema, mas hoje entendo todas as nuances que isso pode ter. Entendo que eu, como homem, feri pessoas, magoei, traí, fui galinha, tudo isso foram erros meus e num mergulho muito profundo feito neste ano cada vez entendo mais", continuou.
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