O ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino, esteve no Espírito Santo na manhã desta segunda-feira (4) para entregar materiais para as polícias e formalizar repasses federais para a área da Segurança que somam R$ 65 milhões. Além do dinheiro, o ministro anunciou ações para controle de armas que entram no Estado e para o combate ao crime organizado, que eram pleitos do governador Renato Casagrande nas visitas ao ministro em Brasília.
“Essas facções têm hoje um caráter nacional, às vezes com filiais locais, com outros nomes, mas sabemos que essas organizações criminosas nacionais, nos últimos anos, por falta de combate adequado, fortaleceram muito o seu poder financeiro”, disse o ministro.
A Grande Vitória tem visto diversas demonstrações do poder bélico desse grupos criminosos. Em junho, disparos no bairro Gurigica, na Capital, dirigidos à polícia, atingiram uma clínica e mataram um idoso que estava internado. Mais recentemente, em 28 de agosto, veículos e pessoas foram atingidas durante uma perseguição a criminosos na avenida Leitão da Silva, também em Vitória. Houve detonação de granada de alto poder destrutivo.
No Espírito Santo, atuam principalmente duas facções criminosas, ambas com origem ou parcerias com organizações de outros Estados. O Primeiro Comando de Vitória (PCV), apesar de ter origem em Vitória, guarda proximidade com o Comando Vermelho (CV) e com o Terceiro Comando Puro (TCP), do Rio de Janeiro. Já o Primeiro Comando da Capital (PCC), original de São Paulo, também tem braço no Estado.
As disputas desses grupos por poder de fogo, pontos de tráfico de drogas e acertos de contas geram insegurança e mortes nas comunidades.
Uma das ações previstas pelo governo federal mira a entrada de armas e drogas no Estado. A Polícia Rodoviária Federal (PRF), por meio da Operação Terminus, vai reforçar a fiscalização na BR 101, na divisa com o Rio de Janeiro, pelo menos até dezembro. Flávio Dino, contudo, não descartou a possibilidade de a ação ser estendida para outras rodovias federais.
"Temos que tentar controlar a entrada de armas. Os grupos criminosos estão muito bem armados e essas armas não são fabricadas no Espírito Santo", observou o governador Casagrande, logo após o ataque em Gurigica.
Dino anunciou também a implantação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), que reúne a Polícia Federal e as forças de segurança estaduais e municipais.
Desde o fim de 2021, já estava instalada uma força-tarefa de segurança pública liderada pela Polícia Federal no Estado. Contudo, a Polícia Militar só passou a integrar o grupo em março deste ano. A Ficco, segundo o superintendente do órgão no Estado, Eugênio Ricas, é uma padronização das ações em todas as unidades federativas.
"Ele (Dino) garantiu mais recursos, garantiu alguns materiais. Havia alguns modelos diferentes de integração no Brasil e o ministério padronizou todos. Cada Estado obrigatoriamente terá um Ficco", esclareceu Ricas.
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