Das seis pessoas condenadas pelo assassinato da médica Milena Gottardi Tonini, ocorrido em uma emboscada em 14 de setembro de 2017, cinco ainda permanecem presas no sistema prisional capixaba. Mas todos apresentaram recursos à Justiça estadual pedindo reforma da sentença. Alegam que não havia prova para condenação e querem anulação ou redução da pena.
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) informou que aguarda a entrega do último recurso, do preso Hilário Frasson, “para apresentar as razões combatendo as teses dos acusados”.
A médica foi assassinada a tiros no estacionamento do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), quando saía do trabalho. Pelo crime, seis pessoas foram condenadas, entre eles, o ex-marido da vítima, Hilário Frasson.
Segundo informações da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), responsável pelo sistema prisional do Espírito Santo, cinco condenados cumprem pena nas seguintes unidades:
O sexto condenado, Bruno Rodrigues Broetto, acusado de fornecer a moto utilizada pelo executor do crime, recebeu alvará de soltura em 10 de dezembro de 2021 e cumpre sua pena em regime aberto.
Em janeiro do ano passado, ele foi baleado na cabeça na Praia Grande, balneário de Fundão, na noite do dia 1º. Na ocasião, seu advogado, Leonardo da Rocha de Souza, informou que ele foi atingido após tentar separar o primo de uma briga. Transferido ao Hospital São Lucas, ele recebeu alta na manhã do dia 2.
O advogado Leonardo da Rocha de Souza, que faz a defesa de Dionathas e Bruno, informou que apresentou recurso para que os dois condenados tenham redução de pena. A reportagem aguarda o retorno dos advogado dos demais condenados. Quando isso ocorrer, este texto será atualizado com a manifestação deles.
A sentença de condenação, assinada pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Vitória, Marcos Pereira Sanches, informou que o assassinato da médica foi um crime planejado e premeditado, com ajuda de terceiras pessoas, tendo Hilário como seu idealizador e principal responsável pelo crime e o pai dele como um incentivador. Foi praticado com promessa de recompensa e por motivo torpe, pela “não aceitação do fim do casamento com Milena, por acreditar ser um ultraje à família”. A médica foi morta em uma emboscada, o que dificultou a defesa da vítima.
Em sua sentença, o presidente do Tribunal do Júri, Marcos Pereira Sanches, destacou que o crime contra a médica foi cometido mediante concurso de diversas pessoas.
Informou ainda sobre as consequências do assassinato: “A vítima deixou duas crianças em tenra idade, que, muito cedo, tornaram-se órfãs de mãe, justamente em um momento extremamente sensível da vida humana, momento de formação moral, intelectual, religiosa, psicológica e afetiva, deixando-as com uma espécie de vácuo sentimental, que só não foi ainda pior em razão da firme presença e cuidados dispensados pelos familiares da vítima, mas que, mesmo assim, por mais que se esforcem, por certo não serão suficientes para substituir a presença e o amor da própria mãe.”
O julgamento durou oito dias — um dos mais longos da história da Justiça capixaba. Teve início em 23 de agosto de 2021. O último dia de júri, iniciado às 9h da manhã de 30 de agosto de 2021, no Fórum Criminal de Vitória, foi concluído quase às 22h com a leitura da sentença. Os jurados se reuniram por cerca de quatro horas para decidir o destino dos réus.
Milena foi baleada na cabeça no estacionamento do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), onde trabalhava, e teve a sua morte declarada no dia seguinte, deixando duas filhas, que na época tinham um ano e dez meses e nove anos.
De acordo com o Ministério Público Estadual (MPES), o motivo do crime foi porque Hilário não aceitava a separação, o que o fez "nutrir um sentimento de ódio contra a médica".
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