No sexto dia do julgamento do caso do assassinato de Milena Gottardi, Hermenegildo Palauro Filho (Judinho) — apontado como um dos intermediários do crime — admitiu que esteve no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), em Maruípe, Vitória no dia da morte da médica e que chegou a ver "um alvoroço", mas pensou que fosse algum acidente. Ele nega participação na morte de Milena Gottardi.
O interrogatório de Hermenegildo começou às 11h50 deste sábado (28) e durou mais de uma hora. O réu informou que esteve no hospital acompanhando outro réu — Valcir da Silva Dias, também apontado como intermediário — para visitar um conhecido deles que estava internado no Hucam para tratar câncer. “Estive no hospital onde o crime aconteceu. Não estive lá em nenhum outro dia antes”, contou.
Segundo Hermenegildo, enquanto Valcir fazia a visita, ele esperou do lado de fora do hospital e, ao saírem do hospital, chegaram a ver Dionathas Alves Vieira — réu confesso, que executou Milena.
“Dionathas passou por nós pelo estacionamento. Ele tinha uma irmã que fazia hemodiálise lá, por isso nem estranhei. Não falei com ele lá em nenhum momento.Não entrou no meu carro também não”, contou.
Antes de falar sobe sua ida ao hospital, Hermenegildo comentou que conheceu o executor da médica ainda criança. “Conheci o Dionathas ainda criança, com uns 8 ou 10 anos, ele ia para minha casa, com o irmão, sempre à tarde, após a escola, porque gostavam de mexer com animais. Após uma certa idade ele parou de ir lá em casa. Depois Dionathas veio para Vitória e sempre oferecia uma moto, um carro, mas não tinha vínculo. Em um lugar pequeno, todo mundo se conhece”, disse.
Antes de Hermenegildo, Valcir foi interrogado durante o julgamento neste sábado e também negou participação no crime.
A médica Milena Gottardi, 38 anos, foi baleada no dia 14 de setembro de 2017, quando encerrava um plantão no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), em Maruípe, Vitória. Ela havia parado no estacionamento para conversar com uma amiga, quando foi atingida na cabeça.
Socorrida em estado gravíssimo, a médica teve a morte cerebral confirmada às 16h50 de 15 de setembro.
As investigações da Polícia Civil descartaram, já nos primeiros dias, o que aparentava ser um assalto seguido de morte da médica (latrocínio). Naquele momento as suspeitas já eram de um homicídio, com participação de familiares.
Ao liberar o corpo de Milena no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, o ex-policial civil Hilário Frasson teve a arma e o celular apreendidos pela polícia. Ele não foi ao velório e enterro, que aconteceram em Fundão, onde Milena nasceu.
Os dois primeiros suspeitos foram presos, no dia 16 de setembro de 2017: Dionathas Alves Vieira, que confessou ter atirado contra a médica para receber R$ 2 mil; e Bruno Rodrigues Broeto, acusado de roubar a moto usada no crime. O veículo foi apreendido em um sítio, onde foram queimadas as roupas do executor.
Em 21 de setembro de 2017, o sogro de Milena, Esperidião Carlos Frasson, foi preso, suspeito de ser o mandante do crime. Também foi detido o lavrador Valcir da Silva Dias, suspeito de ser o intermediário. Na mesma data, o ex-marido Hilário Frasson foi preso.
O último a ser detido foi Hermenegildo Palauro Filho, o Judinho, em 25 de setembro de 2017, apontado como intermediário. Ele tinha fugido para o interior de Aimorés, em Minas Gerais.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta