Os primeiros familiares e amigos da médica Milena Gottardi chegaram ao Fórum Criminal José Mathias de Almeida Netto, no Centro de Vitória por volta das 8h desta segunda-feira (23), para o início do julgamento, com camisas que lembram da pediatra e cartazes cobrando por justiça.
Tranquilo e confiante em um julgamento que condene os acusados, o primo de Milena, o comerciante Marcos Gottardi foi um dos primeiros familiares a chegar ao local do júri.
"A família já tem um tempo esperando esta solução postergada legalmente, mas é o caminho e acredito que desta semana não passe. A gente precisa desta tranquilidade. Minha tia (mãe de Milena) está muito desgastada, toda vez que volta a história toda é mais um desgaste para ela e para nós também. A gente está aguardando e esperando que seja feita de fato Justiça."
Pouco depois das 8h30, a mãe e o irmão de Milena, Zilca e Douglas Gottardi, chegaram e falaram com a imprensa.
A mãe da médica pediu para não ter nenhum contato com os réus. Quando eles forem entrar no salão do júri, ela será avisada, para sair e voltar depois, para não precisar nem olhar para eles.
"É uma semana bem complicada pra gente, para as filhas de Milena também, para cuidar da cabecinha delas. Elas sabem que o julgamento está acontecendo. Mas a gente está confiante que vai dar tudo certo. Vamos sair daqui com a vitória", disse Douglas.
A Comissão da Mulher Advogada da OAB-ES também marcou presença e estendeu faixas e cartazes com os dizeres "Basta de violência contra a mulher" e "Não ao feminicídio".
Médicas que trabalhavam com Milena também participaram do protesto silencioso, em apoio a ex-colega de trabalho.
O julgamento estava previsto para iniciar às 9h, mas estavam esperando todos chegarem para começar, gerando um atraso. A estimativa é que se estenda até mais tarde.
O advogado Rodrigo Bandeira de Mello, que participa da defesa de Hilário Frasson, entrou no Fórum por volta das 8h. Foi o primeiro entre os advogados a chegar. Pouco depois, os primeiros acusados chegaram escoltados, em um carro da Secretaria de Justiça.
Depois que todos os acusados e testemunhas chegaram, o julgamento começou às 10h15.
Logo no início, a defesa do réu Espiridião Carlos Frasson apresentou um argumento alegando excesso de acusação e pediu o desmembramento do julgamento. Segundo ele, quando Dionathas Alves Vieira confessou o crime, acusou outros quatro réus: Valcir da Silva Dias, Hermenegildo Palauro Filho, Hilário Frasson e o Espiridião.
Esse argumento foi apresentado na tentativa de que os réus fossem julgados em separado, mas o juiz desconsiderou isso e decidiu que vai manter o julgamento coletivo, com todos os acusados sendo julgados em conjunto.
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