A primeira versão deste texto afirmava erroneamente que o advogado de Georgeval havia abandonado o caso. Mas a defesa alega que apenas deixou o plenário. A informação foi corrigida.
O Júri Popular de Georgeval Alves Gonçalves, marcado para começar nesta segunda-feira (3), em Linhares, foi adiado porque a defesa do pastor abandonou o plenário. O pastor é acusado de matar os irmãos, Kauã e Joaquim, de 6 e 3 anos, enteado e filho do pastor, respectivamente.
O advogado Pedro Ramos, que liderava a defesa, alega que o Judiciário de Linhares não tem condições de garantir a segurança dele, da equipe de defesa e do Georgeval. Pedro estava usando colete balístico no plenário, por recomendação da Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES). Diante disso, decidiu abandonar o plenário, mas afirma que continuará defendendo o réu.
Mesmo com Ramos afirmando que ainda continuará no caso, Georgeval terá um prazo para dizer quem será seu representante e poderá ter um defensor particular, ou um dativo, escolhido pela Justiça.
"Direito de defesa é o mais básico, seja nos crimes mais simples ou mais complexos. Há a questão da imparcialidade do júri. Os jurados têm amizades pessoais com testemunhas, curtiam e comentavam publicações na época dos fatos. Não existe mais imparcialidade do júri para que ele aconteça em Linhares e não existe também assegurada a incolumidade do pastor Georgeval e de seus advogados. Nesse momento, a defesa, respeitosamente, abandona esse plenário. "
O advogado disse que vinha sofrendo ameaças e que também temia pela segurança do pastor. Na sexta-feira (31), ele chegou a entrar com um pedido de desaforamento do caso, para que o Júri acontecesse em outra comarca, onde seria possível haver um esquema de segurança reforçado.
O Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) negou o pedido ainda na sexta-feira. No fim de semana, Pedro Ramos apelou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que ainda não se pronunciou sobre a mudança de cidade.
Ministério Público do Espírito Santo, juiz, defesa, testemunhas, jurados e o acusado compareceram ao plenário do Fórum Desembargador Wanderley, em Três Barras. Contudo, após o juiz Tiago Favaro Camata, da 1ª Vara Criminal de Linhares, dar início aos trâmites, a defesa de Georgeval abandonou o caso.
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