“Laurinha foi um presente que ficou dentro de nossas vidas”. É assim que uma tia da pequena Laura Beatriz, vítima de um atropelamento enquanto estava no colo da mãe durante a travessia na faixa de pedestres em Vila Velha, lembra da criança, que faleceu na tarde de sexta-feira (23).
A menina, de apenas cinco anos, ficou internada em estado grave por dois dias até o falecimento. No Cemitério de Santo Antônio, em Vitória, onde o sepultamento será realizado na tarde deste sábado (24), parentes e amigos da família se reuniram para a despedida.
“É muita dor. Por que acabar com uma família e ainda querer pedir desculpas? Desculpas não vão trazer ela de volta com o sorrisinho doce e com as brincadeiras”, lamentou Aline Cristina, tia de criação de Laura, em conversa com o repórter Cristian Miranda, da TV Gazeta.
Segundo a mulher, o sentimento é de desolação na família. “Minha filha quase foi parar no hospital [quando soube da morte de Laura]. Ela tem sete aninhos e disse que queria se despedir do anjinho dela”, completou. “É o primeiro velório da nossa família para uma criança em uma fatalidade dessa. Para quê passar o sinal [vermelho] naquela velocidade?”, indagou a mulher, questionando a atitude do motorista.
"Nossa família vai ficar sem um anjo. A gente espera que as autoridades façam alguma coisa. [As pessoas] têm que ter consciência do que fazem no trânsito. Perdemos uma vida e a mãe está toda 'quebrada', cheia de dor no corpo, além da dor no coração, que é muito forte", disse Geruza Ramos, tia-avó de Laura.
Logo após a confirmação da morte da criança na tarde de sexta, a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) pediu a prisão do condutor do veículo pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado, ambos com dolo eventual. A corporação informou que agora aguarda decisão judicial para dar cumprimento ao mandado.
O dolo eventual é quando a pessoa assume o risco de produzir um resultado, mesmo não querendo que ele se concretize. No caso, quem pratica a ação sabe que o resultado é provável e possível, e aceita que ele ocorra. Wenderson Fagundes de Oliveira, o motorista do carro, está em liberdade após se apresentar na Delegacia Regional de Vila Velha cerca de uma hora depois da batida. O condutor foi solto após pagar R$ 1,5 mil de fiança.
Segundo informou a Secretária de Estado da Justiça (Sejus) à reportagem de A Gazeta na manhã deste sábado, o homem de 20 anos não deu entrada no sistema prisional.
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