A família de Luísa Lopes, que morreu atropelada na última sexta-feira (15) na Avenida Dante Michelini, no bairro Jardim da Penha, em Vitória, chora a perda da modelo enquanto organiza protesto pelo ocorrido e pede por Justiça. Em conversa nesta segunda-feira (18) com o repórter Vinicius Zagoto, de A Gazeta, o advogado Marcos Vinícius Sá afirma que os familiares da jovem querem uma investigação enérgica sobre o crime.
Luísa Lopes, de 24 anos, foi atropelada e morta quando atravessava a avenida por uma faixa de pedestres na orla, em Vitória. Ela estava de bicicleta e foi atingida por um carro. A corretora de imóveis Adriana Felisberto é investigada pelo crime, suspeita de ter atropelado a jovem, mas a defesa dela afirma que outro veículo teria participado do acidente e arremessado a modelo contra o carro dela. A versão não foi confirmada pela Polícia Civil até o momento.
"Temos imagens gravadas de Adriana no dia do crime que são estarrecedoras, inclusive, registradas pelos policiais militares. A família espera uma resposta à altura, que seja dada a ela a responsabilidade pelo crime. A família espera uma responsabilização de forma enérgica pelo crime", disse o advogado Marcos Vinícius Sá.
Sobre a hipótese de que um outro carro estivesse envolvido no acidente, o advogado da família afirmou que, por ora, a versão está descartada. Marcos Vinícius reitera que a expectativa da família é de que Adriana seja punida.
As imagens do acidente, registradas por câmeras da Prefeitura de Vitória, foram solicitadas pela Polícia Civil para colaborar com as investigações. Procurada por A Gazeta, a corporação não informou se as imagens analisadas mostrar outro veículo envolvido. Também não foi detalhado se o local passou por uma perícia.
Em nota, a Polícia Civil respondeu apenas que "o caso segue sob investigação da Delegacia de Delitos de Trânsito (DDT), que realiza diligências para apurar todos os fatos atrelados ao acidente".
À reportagem da TV Gazeta, o advogado de Adriana, Jamilson Monteiro, informou que as informações que existem até o momento são as mesmas colhidas na lavratura do flagrante. “Depoimento dos policiais militares e a percepção da perícia da Polícia Civil realizada naquele momento, mas ainda não foi confeccionado o laudo”, disse.
Jamilson Monteiro ressaltou ainda que não conversou com a cliente sobre os fatos, para preservá-la psicologicamente. “A defesa acredita que a situação dela nos vídeos veiculados na imprensa e nas mídias sociais também é o estado de choque, então ela não respondia claramente por seus atos, e deveria ter sido conduzida para o hospital para ser medicada”, afirmou o advogado.
Sobre a participação de um segundo carro, o advogado informou que a defesa vai buscar informações sobre o modelo, cor e placa do veículo com testemunhas.
Nesta segunda-feira (18), a Polícia Civil informou que a corretora Adriana Felisberto Pereira, de 33 anos, foi autuada em flagrante pelo crime de embriaguez ao volante, como consta no Auto de Constatação de Alcoolemia e em depoimentos anexados.
A princípio, relatos apontavam que o atropelamento havia sido causado por Adriana, mas surgiram novas informações que indicam a possibilidade de outro motorista ter atropelado a modelo e, no impacto, arremessado seu corpo contra o carro dirigido pela corretora.
Após o atropelamento, na sexta-feira (15), Adriana se recusou a fazer o teste do etilômetro (bafômetro). Não consta contra ela nenhum tipo de autuação por homicídio ou tentativa.
O juiz José Leão Ferreira Souto, em face da autuação de Adriana Felisberto Pereira por embriaguez ao volante, elencou outros elementos para conceder a liberdade à corretora, mediante o pagamento de fiança de R$ 3 mil, antes em R$ 5 mil arbitrados pela polícia.
O magistrado evidenciou que a liberdade de Adriana não oferece riscos, visto que ela possui residência fixa, ocupação lícita e não está citada em outros registros criminais. Ele também citou na decisão judicial que policias militares teriam recebido informações no local de que a vítima teria sido atropelada por outro veículo e arremessada contra o automóvel da corretora de imóveis.
Não. Segundo a Polícia Civil, o caso segue sendo investigado na Delegacia de Delitos de Trânsito (DDT). Adriana ainda terá de seguir cinco medidas cautelares, além da fiança que pagou para deixar o sistema penitenciário. Confira quais:
No termo da audiência de custódia da corretora, o juiz mencionou que os policiais militares presentes no local do atropelamento receberam informações de que Luísa teria sido atingida por outro veículo e, depois, arremessada contra o carro da corretora.
A mesma tese foi defendida pelo advogado da corretora Adriana Felisberto Pereira, Jamilson Monteiro dos Santos, em entrevista para A Gazeta. “Agora é ir atrás de filmagens, ver se tem alguma câmera que gravou, procurar testemunhas que tenham presenciado o acidente. Não especulação, testemunhas que, de fato, tenham visto o acidente. Foi próximo de um posto de combustível, então é procurar algum funcionário deste posto que tenha visto o acidente. Estes são os próximos passos, tanto filmagens como testemunhas e até mesmo a prova pericial”, detalhou.
O que ainda não foi explicado pela Polícia Civil é se as imagens de câmeras de segurança que monitoram a orla de Camburi flagraram o exato momento do acidente. Também não se sabe se o veículo do outro motorista, que estaria envolvido no atropelamento, aparece nessas imagens.
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