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Modelo morta em Vitória: "Família quer investigação enérgica"

Modelo morta em Vitória: "Família quer investigação enérgica"

Luísa Lopes, de 24 anos, morreu atropelada enquanto atravessada de bicicleta a Avenida Dante Michelini na faixa de pedestres, na última sexta-feira (15)

Publicado em 18 de abril de 2022 às 20:54

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Luísa Lopes, ciclista que morreu atropelada por Adriana Pereira Felizardo em Vitória
Luísa Lopes, ciclista que morreu atropelada por Adriana Felisberto em Vitória. (Redes sociais/Telespectador da TV Gazeta)

A família de Luísa Lopes, que morreu atropelada na última sexta-feira (15) na Avenida Dante Michelini, no bairro Jardim da Penha, em Vitória, chora a perda da modelo enquanto organiza protesto pelo ocorrido e pede por Justiça. Em conversa nesta segunda-feira (18) com o repórter Vinicius Zagoto, de A Gazeta, o advogado Marcos Vinícius Sá afirma que os familiares da jovem querem uma investigação enérgica sobre o crime.

Luísa Lopes, de 24 anos, foi atropelada e morta quando atravessava a avenida por uma faixa de pedestres na orla, em Vitória. Ela estava de bicicleta e foi atingida por um carro. A corretora de imóveis Adriana Felisberto é investigada pelo crime, suspeita de ter atropelado a jovem, mas a defesa dela afirma que outro veículo teria participado do acidente e arremessado a modelo contra o carro dela. A versão não foi confirmada pela Polícia Civil até o momento.

"Temos imagens gravadas de Adriana no dia do crime que são estarrecedoras, inclusive, registradas pelos policiais militares. A família espera uma resposta à altura, que seja dada a ela a responsabilidade pelo crime. A família espera uma responsabilização de forma enérgica pelo crime", disse o advogado Marcos Vinícius Sá. 

Sobre a hipótese de que um outro carro estivesse envolvido no acidente, o advogado da família afirmou que, por ora, a versão está descartada. Marcos Vinícius reitera que a expectativa da família é de que Adriana seja punida.

Aspas de citação

Não tem nenhuma prova dessa, nenhuma, hoje, no inquérito policial. A família de Luísa justamente espera uma investigação séria para reunir todas essas provas possíveis para que, ao final, a Adriana seja punida pelo crime que ela cometeu. A versão (do outro carro) chegou de uma forma que ninguém sabe. O que nos parece é que somente a irmã da Adriana é que teria dado essa resposta

Marcos Vinícius Sá
Advogado da família de Luísa Lopes
Aspas de citação

As imagens do acidente, registradas por câmeras da Prefeitura de Vitória, foram solicitadas pela Polícia Civil para colaborar com as investigações. Procurada por A Gazeta, a corporação não informou se as imagens analisadas mostrar outro veículo envolvido. Também não foi detalhado se o local passou por uma perícia.

Em nota, a Polícia Civil respondeu apenas que "o caso segue sob investigação da Delegacia de Delitos de Trânsito (DDT), que realiza diligências para apurar todos os fatos atrelados ao acidente".

O QUE DIZ A DEFESA DE ADRIANA

À reportagem da TV Gazeta, o advogado de Adriana, Jamilson Monteiro, informou que as informações que existem até o momento são as mesmas colhidas na lavratura do flagrante. “Depoimento dos policiais militares e a percepção da perícia da Polícia Civil realizada naquele momento, mas ainda não foi confeccionado o laudo”, disse.

Jamilson Monteiro ressaltou ainda que não conversou com a cliente sobre os fatos, para preservá-la psicologicamente. “A defesa acredita que a situação dela nos vídeos veiculados na imprensa e nas mídias sociais também é o estado de choque, então ela não respondia claramente por seus atos, e deveria ter sido conduzida para o hospital para ser medicada”, afirmou o advogado.

Sobre a participação de um segundo carro, o advogado informou que a defesa vai buscar informações sobre o modelo, cor e placa do veículo com testemunhas.

VEJA O QUE SE SABE E O QUE AINDA FALTA SER EXPLICADO

Motorista foi autuada por qual crime?

Nesta segunda-feira (18), a Polícia Civil informou que a corretora Adriana Felisberto Pereira, de 33 anos, foi autuada em flagrante pelo crime de embriaguez ao volante, como consta no Auto de Constatação de Alcoolemia e em depoimentos anexados.

A princípio, relatos apontavam que o atropelamento havia sido causado por Adriana, mas surgiram novas informações que indicam a possibilidade de outro motorista ter atropelado a modelo e, no impacto, arremessado seu corpo contra o carro dirigido pela corretora.

Após o atropelamento, na sexta-feira (15), Adriana se recusou a fazer o teste do etilômetro (bafômetro). Não consta contra ela nenhum tipo de autuação por homicídio ou tentativa.

Por que a motorista foi liberada?

O juiz José Leão Ferreira Souto, em face da autuação de Adriana Felisberto Pereira por embriaguez ao volante, elencou outros elementos para conceder a liberdade à corretora, mediante o pagamento de fiança de R$ 3 mil, antes em R$ 5 mil arbitrados pela polícia.

Adriana Felisberto Pereira foi presa. Ela dirigia carro envolvido em acidente com morte de ciclista, em Vitória
Adriana Felisberto Pereira foi presa. Ela dirigia carro envolvido em acidente com morte de ciclista, em Vitória. (Archimedes Patricio)

O magistrado evidenciou que a liberdade de Adriana não oferece riscos, visto que ela possui residência fixa, ocupação lícita e não está citada em outros registros criminais. Ele também citou na decisão judicial que policias militares teriam recebido informações no local de que a vítima teria sido atropelada por outro veículo e arremessada contra o automóvel da corretora de imóveis.

A motorista está totalmente livre?

Não. Segundo a Polícia Civil, o caso segue sendo investigado na Delegacia de Delitos de Trânsito (DDT). Adriana ainda terá de seguir cinco medidas cautelares, além da fiança que pagou para deixar o sistema penitenciário. Confira quais:

  1. Não pode deixar a Grande Vitória sem autorização judicial; 
  2. Não pode frequentar bares, boates, prostíbulos ou estabelecimentos semelhantes; 
  3. Deve ficar em casa das 20h às 6h; 
  4. Tem que comparecer na Justiça, em até cinco dias úteis, desde a audiência realizada no sábado (16), portando documentos pessoais; 
  5. Deve comparecer a todos os atos do processo e manter o endereço atualizado.

Segundo motorista envolvido

No termo da audiência de custódia da corretora, o juiz mencionou que os policiais militares presentes no local do atropelamento receberam informações de que Luísa teria sido atingida por outro veículo e, depois, arremessada contra o carro da corretora.

A mesma tese foi defendida pelo advogado da corretora Adriana Felisberto Pereira, Jamilson Monteiro dos Santos, em entrevista para A Gazeta. “Agora é ir atrás de filmagens, ver se tem alguma câmera que gravou, procurar testemunhas que tenham presenciado o acidente. Não especulação, testemunhas que, de fato, tenham visto o acidente. Foi próximo de um posto de combustível, então é procurar algum funcionário deste posto que tenha visto o acidente. Estes são os próximos passos, tanto filmagens como testemunhas e até mesmo a prova pericial”, detalhou.

O que não foi explicado

que ainda não foi explicado pela Polícia Civil é se as imagens de câmeras de segurança que monitoram a orla de Camburi flagraram o exato momento do acidente. Também não se sabe se o veículo do outro motorista, que estaria envolvido no atropelamento, aparece nessas imagens.

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