Após mais de 12 horas de julgamento no Fórum de Mimoso do Sul, no Sul do Espírito Santo, referente ao acidente que matou 11 pessoas e deixou nove feridas na BR 101 em 2017, a Justiça condenou o motorista Wesley Rainha Cardoso a 15 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado, e o empresário Marcelo José de Souza, a dois anos e três meses em regime aberto. A decisão saiu na noite de quinta-feira (7). Os réus condenados são, respectivamente, o condutor e o proprietário do caminhão que provocou a batida envolvendo um micro-ônibus em que estavam integrantes do grupo folclórico de dança alemã Bergfreunde.
Familiares das vítimas, que moravam em Domingos Martins, acompanharam o julgamento, que começou na manhã de quinta-feira. “Foram sete anos de espera. De fato, havia, e ainda há, por parte das famílias, essa vontade de Justiça ser feita. Não se trata de criminosos contumazes, mas de duas pessoas que cometeram infrações e isso foi reconhecido pelos jurados que precisam ser responsabilizados pelas infrações que cometeram”, disse o advogado das famílias, Lucas Kaiser, em entrevista ao repórter Matheus Passos, da TV Gazeta.
Wesley Rainha Cardoso, que dirigia o caminhão, foi condenado por 11 homicídios dolosos e 9 tentativas de homicídios. Ele foi levado ao sistema prisional pela Polícia Militar. Já Marcelo José de Souza, dono do veículo, foi condenado por 11 homicídios culposos e 9 lesões corporais. A justiça autorizou Marcelo para aguardar o trânsito em julgado da sentença em liberdade.
Para os familiares, a condenação representa um alívio diante da dor que dura sete anos. “Sensação é que fechou um ciclo que tinha que fechar. A gente parece que não fica satisfeito, mas, olhando para o outro lado a gente vê o sofrimento, nada vai trazer nossos meninos de volta, não tem sentença que os traga de volta. A dor e saudade fica para sempre”, disse Lenilda Santana Wetter, mãe de Karine, uma das integrantes do grupo de dança, que na época tinha 16 anos.
Outro familiar das vítimas do trágico acidente que esteve presente foi Gabriel Endlich. Ele era irmão de Aloísio e achou e pena branda ao dono do caminhão envolvido na batida.
O advogado de Wesley Rainha Cardoso, Walas Espíndola, informou que irá interpor um recurso para que tentar reverter a decisão. Já a advogada do Marcelo José de Souza, Luana Gasparini, informou à imprensa que buscavam a absolvição e também irá recorrer da decisão.
As 11 vítimas voltavam de uma apresentação de dança em Juiz de Fora, Minas Gerais. Na época, a PRF, disse que o motorista do caminhão, carregado com chapas de granito, tentava ultrapassar outro veículo no sentido Rio de Janeiro quando perdeu o controle, invadiu a contramão e colidiu com o micro-ônibus que vinha no sentido oposto.
Após a colisão, o micro-ônibus também invadiu a contramão e bateu em uma carreta carregada de cerveja. Ambos os veículos pegaram fogo. Logo depois, um Ford Ka colidiu com os pedaços de granito espalhados na pista.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta