A Vports, concessionária que administra os portos de Vitória, Vila Velha e Barra do Riacho, anunciou nesta segunda-feira (23) uma segunda fase nos investimentos de modernização da infraestrutura. Completando dois anos de concessão, a empresa vai aportar R$ 26 milhões para a dragagem dos portos de Vitória e Barra do Riacho, em Aracruz.
O projeto, estratégico para aumentar a competitividade dos portos, vai permitir a manutenção da profundidade do canal, garantindo os calados operacionais, para o recebimento de navios maiores.
Para Vitória, está previsto um volume de dragagem de 280 mil metros cúbicos. Já para Barra do Riacho, o volume será de 350 mil metros cúbicos, sendo a primeira dragagem do porto desde a sua construção, em 2013. As obras estão previstas para acontecer entre outubro deste ano e fevereiro de 2025.
A entrega e inauguração oficial das obras realizadas nos dois primeiros anos de concessão, que totalizaram R$ 180 milhões, foi realizada nesta segunda-feira (23) em cerimônia no Porto de Capuaba, com a presença do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho; do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande; e do diretor-presidente da Vports, Gustavo Serrão, entre outras autoridades.
"Estamos fazendo a última campanha de manobra para validar finalmente nosso canal de acesso sem nenhum tipo de restrição. Nosso compromisso da concessão é fazer uma dragagem de manutenção para continuar na nossa operacionalidade máxima em Vitória. Em Barra do Riacho, é uma área de grande crescimento do Estado e temos o compromisso de fazer a dragagem. Estamos fazendo uma série de estudos de manobra para estudar como de fato aproveitar os 500 mil metros quadrados que temos disponíveis na região", afirma Gustavo Serrão.
O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou que o Porto de Vitória passou a ser referência para o Brasil e que o conjuntos de investimentos de R$ 180 milhões é fundamental para ampliar a competitividade do terminal. "Os investimentos são fundamentais para melhorar a infraestrutura e aumentar a capacidade de operação", apontou.
Durante a cerimônia de inauguração dos investimentos, foi anunciada também a assinatura do décimo contrato da Vports. Quem se estabelece agora na área da concessionária é a Vix Shore, empresa com expertise de atendimento a operações offshore em outros terminais. Segundo Serrão, a operação vai ser mais uma opção de apoio às plataformas em alto-mar.
A empresa vai ocupar um total de 10 mil metros quadrados, sendo 8 mil m² na retroárea do Cais Comercial e 2 mil m² no Armazém 2, estabelecendo-se como mais uma opção de apoio às operações de plataformas e ampliando a capacidade do Estado no atendimento à indústria offshore.
Entre os projetos contemplados nos investimentos de R$ 180 milhões concluídos pela Vports, está a revitalização da estrutura ferroviária localizada dentro da área do Porto de Capuaba, em Vila Velha, que há décadas estava sem funcionamento.
Nas próximas semanas, o ramal já poderá ser utilizado. A ferrovia abre caminhos para a criação de uma nova rota logística entre a região Centro-Oeste, com trilhos partindo de Goiás, do Triângulo Mineiro e do Espírito Santo.
O ramal vai ligar a área de silos horizontais no Porto de Capuaba, em Vila Velha, até a área do quilômetro 1 da Estada de Ferro Vitória a Minas, na região de Porto Velho, em Cariacica. A nova estrutura ferroviária também poderá ser interligada com a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).
A nova estrutura ferroviária poderá aumentar o volume de cargas escoado pelo porto de aproximadamente 9 milhões de toneladas em 2024 para cerca de 16 milhões de toneladas em 2029.
Inicialmente a previsão é movimentar grãos, como soja e farelo de soja, para exportação e importar fertilizantes, fazendo a movimentação das cargas diretamente do porto à ferrovia.
Essa iniciativa, entre outras, vai contribuir para aumentar a capacidade de movimentação em 80% até 2029. “O trabalho incluiu todas as intervenções necessárias para acomodar a matriz futura de carga, com obras de adequações e retrofit nos ramais”, diz Serrão.
A expectativa é de que a nova estrutura ferroviária – ligada à Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) – seja utilizada especialmente para movimentação de fertilizantes e farelo de soja, com maior capacidade, eficiência e agilidade.
Outro projeto entregue foi a recuperação dos berços 905 e 206 no Terminal Portuário de Paul, utilizados na movimentação de gusa e combustíveis. A reforma trouxe benefícios como maior produtividade para as operações, além da extensão da vida útil das estruturas. O berço 905 tem 160 metros de comprimento e 12 metros de largura, enquanto o berço 206 é um pouco maior, com 261 metros de comprimento e 12 metros de largura.
No total, o trabalho envolveu a pavimentação de cinco mil metros quadrados do cais e seis mil metros quadrados de recuperação estrutural e pintura, com a utilização de 22 toneladas de aço e três mil metros cúbicos de concreto, além de obras de drenagem e reaterro. Também foram instaladas defensas no berço 905, de forma a garantir a condição técnica e de segurança das operações.
As obras apresentadas também incluem a recuperação dos dois silos horizontais localizados em Capuaba, Vila Velha, que, juntos, têm capacidade para armazenamento de 80 mil toneladas de granéis sólidos vegetais, como trigo, malte, farelo de soja, milho, entre outros. O espaço também poderá ser utilizado para movimentar café, por exemplo.
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