Há dez dias, duas famílias compartilham a dor da perda em São Mateus, Norte do Estado. O luto é acompanhado pela busca por respostas após a trágica morte das trabalhadoras rurais Tatiane Almeida Monteiro, de 26 anos, e Janaína Barcelos Gomes, de 28. As duas mulheres foram atropeladas por um carro em alta velocidade, às margens da BR 381, em São Mateus, no Norte do Estado, no último dia 12.
A maneira como as mortes aconteceram e a falta de informações revoltam familiares das vítimas. A esposa de Janaína e a irmã de Tatiane desabafaram sobre o sofrimento que elas e os parentes vêm enfrentando.
Janaína deixou três filhas, de 3, 5 e 9 anos. O acidente ocorreu em frente à casa da família, e a filha mais velha acabou vendo a mãe morrer. “Na hora que ela viu, gritou: ‘Deus, minha mãe não’”, contou Renata para a repórter Rosi Bredofw da TV Gazeta Norte.
O sentimento de dor e indignação é compartilhado pela irmã da Tatiane, Eduarda Almeida Monteiro, que tenta se manter forte para ajudar os pais e o sobrinho.
No dia do atropelamento, as vítimas haviam acabado de encerrar os trabalhos na roça de pimenta. Elas atravessavam a rodovia para guardar os equipamentos usados. Câmeras de segurança registraram o momento em que o carro, em alta velocidade, atropelou as duas mulheres.
O motorista fugiu e deixou o veículo em um local a cerca de 10 km de onde ocorreu o atropelamento, segundo testemunhas. O carro foi incendiado, mas ainda não se sabe quem ateou fogo.
Segundo a Polícia Civil, já existem indícios de quem dirigia o carro no dia do acidente, mas o mandato de prisão ainda não foi expedido. Segundo o delegado responsável pelo caso, Paulo Amaral, a investigação está sob sigilo.
O delegado preferiu não gravar entrevista para a reportagem da TV Gazeta Norte, mas informou que considera que o processo está rápido. No entanto, para as famílias o tempo gera muita angústia.
“Estamos muito indignados com essa demora da Justiça, essa demora para ter uma resposta. Ninguém entra em contato com a nossa família", relatou a irmã.
MOTORISTA DIRIGIA VEÍCULO DE TERCEIRIZADA DA VIVO
O carro pertence à empresa TLP Serviços, que presta serviços para a operadora de telefonia Vivo. Procurada pela reportagem, a empresa afirmou que tem ciência do atropelamento e lamentou o ocorrido.
A TLP complementou que sua área jurídica está acompanhando o caso, mas que não tem outras informações para passar no momento. A operadora Vivo também foi procurada e disse, por meio da assessoria de imprensa, que apura o caso.
"A Vivo lamenta profundamente e já está apurando os fatos ocorridos. A empresa mencionada é uma prestadora de serviço, e a Vivo está em contato com os seus representantes para tomar eventuais medidas cabíveis", diz a nota.
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