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Após cinco dias presa, dona de creche onde bebê morreu na Serra é solta

Após cinco dias presa, dona de creche onde bebê morreu na Serra é solta

Sara Reis Santos Moraes, de 31 anos, foi detida no dia 22 de julho após mandado de prisão ser expedido pela Justiça

Publicado em 30 de julho de 2024 às 18:09

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Dona de creche clandestina na Serra é procurada por morte de criança
Dona de creche clandestina na Serra acabou presa após morte de criança, mas foi solta. (Divulgação | Polícia Civil)
Mikaella Mozer
Repórter / [email protected]

A dona da creche clandestina onde morreu o bebê Bernardo Pereira, de 1 ano e 10 meses, foi solta. Sara Reis Santos Moraes, de 31 anos, estava no Centro Prisional Feminino de Cariacica, mas saiu no último sábado (27) após receber alvará de soltura. A informação foi confirmada pela Secretaria da Estado da Justiça (Sejus).  A mulher estava detida desde o dia 22 de julho, quando a Polícia Civil a encontrou em Parque Residencial Laranjeiras, na Serra, e cumpriu o mandado de prisão expedido pela Justiça.

O laudo médico apontou que Bernardo morreu no dia 18 de setembro de 2023 por asfixia enquanto dormia na creche "Espaço Cantinho do Nenê", em Serra Dourada II, na Serra. Na época, Breno Freitas, pai da criança, contou que o bebê não acordou da soneca junto com outras crianças e a responsável pelo local só percebeu que algo estava errado cerca de uma hora e meia depois.

Sara foi indiciada por homicídio qualificado por dolo eventual após as investigações apontarem que a creche, localizada no bairro Serra Dourada II, funcionava de forma irregular, e o socorro à criança foi feito de forma inadequada. O fato havia sido confirmado pela Prefeitura da Serra à reportagem de A Gazeta na mesma semana da morte do bebê Bernardo Pereira.

O Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) foi questionado sobre o motivo da soltura, mas ainda não houve retorno. A reportagem tenta localizar a defesa de Sara. O espaço segue aberto para manifestação.

No dia em que Sara foi presa, o delegado Josafá Silva, titular do 10º Distrito Policial da Serra, destacou a causa da morte da bebê: “De acordo com os laudos, a criança morreu asfixiada. A creche não tinha nenhum tipo de autorização para funcionar. Também constatamos que o socorro à criança não ocorreu da forma adequada”.

Presa 7 meses após o crime 

A dona da creche foi presa sete meses depois da conclusão do inquérito, que ocorreu em 19 de dezembro de 2023. Em coletiva realizada no dia 22 de julho, a PC informou que havia solicitado a prisão preventiva da então investigada, o que foi negado. A solicitação foi realizada novamente no começo do mês de julho pelo Ministério Público Estadual (MPES) à Justiça, que expediu o mandado de prisão.

Bernardo Pereira morreu após engasgar enquanto dormia em Serra Dourada II
Bernardo Pereira morreu após engasgar enquanto dormia em uma creche no bairro Serra Dourada II. (Divulgação | Hellen Braga)

Relembre o caso

Em 19 de setembro de 2023, Bernardo Pereira, um bebê de 1 ano e 10 meses, morreu engasgado enquanto dormia em uma creche na Serra. À época, o pai dele, Breno Freitas, contou à reportagem de A Gazeta que a cuidadora demorou a verificar como o filho estava.

Ainda segundo o pai, o bebê não acordou da soneca junto com as outras crianças, mas a responsável pelo local só percebeu que algo estava errado cerca de uma hora e meia depois. “Minha mulher mandou foto dele dormindo por volta de 13h, que a dona do local tinha mandado. Eu percebi que ele não estava bem, costumava fazer careta para as fotos. Depois disso, só recebi uma ligação da minha esposa sem reação.”

A madrinha de Bernardo, a representante comercial Hellen Braga, informou que Sara não pediu ajuda a ninguém do entorno. “A Islaine (mãe de Bernardo) trabalha em Laranjeiras e ela (cuidadora) esperou a mãe chegar em Serra Dourada para chamar o Samu. A creche está em frente a uma academia e perto de quatro farmácias. Como ela não pediu ajuda? É negligência”, desabafou.

Dois dias depois da morte de Bernardo, familiares e amigos chegaram a fazer um protesto em frente à creche com pedidos de justiça.

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