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Caso Amanda: mais testemunhas são ouvidas e nova audiência é marcada

Caso Amanda: mais testemunhas são ouvidas e nova audiência é marcada

Nesta segunda audiência foram ouvidas as testemunhas de defesa de Wagner Nunes de Paulo, que está preso; uma delas faltou e uma nova audiência foi marcada para janeiro

Publicado em 7 de dezembro de 2021 às 16:34

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Aconteceu nesta terça-feira (7) a terceira audiência de instrução e julgamento do caso do acidente que matou Amanda Marques e deixou ferido o companheiro dela, Matheus José Silva, na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha, na noite de 17 de abril deste ano. Duas testemunhas foram ouvidas, mas, devido à ausência de um guarda municipal que também é testemunha de defesa de Wagner Nunes de Paulo — condutor do veículo Toyota Corolla que atingiu a moto em que o casal estava —, a audiência terá continuação no dia 25 de janeiro no fórum criminal.

Wagner Nunes de Paulo foi preso após acidente com morte em Vila Velha
Wagner Nunes de Paulo foi preso após acidente com morte em Vila Velha. (Redes sociais)

O advogado Fábio Marçal — que representa Renata Aparecida Marques, mãe de Amanda, e é assistente de acusação — disse que o guarda municipal de Vila Velha já faltou a outras audiências do caso. “Já é a terceira vez que ele falta, acredito que seja manobra da defesa para soltar o réu. Hoje foram ouvidos dois policiais militares apenas; um deles estudou com Wagner na faculdade”, disse.

Com a audiência redesignada, a decisão pela pronúncia ou não do réu — que poderia levá-lo para Júri Popular — não foi tomada nesta terça-feira.

No dia 17 de novembro, uma decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve o acusado preso, considerando que não houve ilegalidade no ato da prisão. Além disso, o ministro entendeu que constam, contra o acusado, os indícios trazidos na primeira audiência de instrução sobre o caso, no último 19 de agosto, em que o réu, familiares, pessoas próximas e até um policial civil podem ter interferido para alterar a cena do crime — o que será avaliado em primeira instância judicial.

O QUE DIZ A DEFESA DO RÉU

Procurado pela reportagem de A Gazeta, o advogado Frederico Pozzatti, que faz a defesa de Wagner Nunes de Paulo, disse apenas que a continuação da audiência de instrução se dará em razão da ausência de uma testemunha e que, no momento, só resta aguardar o desfecho. 

RELEMBRE O ACIDENTE QUE MATOU AMANDA

O acidente que tirou a vida de Amanda Marques, de 20 anos, e mudou drasticamente a de Matheus José da Silva, de 23, aconteceu na noite de 17 de abril deste ano. O casal estava de moto e voltava da casa da mãe da jovem pela Rodovia Darly Santos, em Vila Velha. Quando passavam pelo bairro Jardim Asteca, eles foram atingidos por um carro dirigido por Wagner Nunes de Paulo. Era Matheus quem pilotava a moto, modelo Honda XRE 300, no momento em que o Corolla, que seguia no mesmo sentido na pista, atingiu a traseira da motocicleta, segundo a Polícia Militar na ocasião.

Amanda Marques e o namorado Matheus José. A moto em que eles estavam foi atingida por um carro em Vila Velha
Amanda Marques e o namorado Matheus José. A moto em que eles estavam foi atingida por um carro em Vila Velha. (Instagram)

Com a força do impacto, as vítimas foram arrastadas por cerca de 50 metros até o veículo parar. A jovem Amanda morreu ainda no local, enquanto o namorado foi socorrido em estado grave para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória.

O motorista, identificado como Wagner Nunes de Paulo, de 28 anos, se recusou a fazer o teste de etilômetro no local do acidente, mas foi detido em flagrante após a batida e foi autuado inicialmente por homicídio culposo na direção de veículo automotor, crime previsto no artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro, como informou a Polícia Civil, por meio de nota, à época.

Apesar de detido no local do acidente, Wagner Nunes de Paulo teria tentado arrancar com o carro para fugir, mas foi impedido por testemunhas, que também afirmaram que o motorista estava embriagado e dirigindo em alta velocidade. Na ocasião, um policial civil amigo da família teria tentado retirá-lo da cena e ameaçado as pessoas.

Wagner Nunes de Paulo, de 28 anos, dirigia o veículo acima da velocidade permitida na Rodovia Darly Santos
Wagner Nunes de Paulo, de 28 anos, dirigia o veículo acima da velocidade permitida na Rodovia Darly Santos. (Montagem | A Gazeta)

Ele foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana no dia 18 de abril, onde passou por audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva, a pedido do Ministério Público, prisão que ainda está mantida.

Após as investigações, a Delegacia de Delitos de Trânsito concluiu que o condutor tinha ingerido bebida alcoólica durante uma festa com amigos. Indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil, Wagner Nunes de Paulo está preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória de Viana II, segundo a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus).

De acordo com o relatório do caso obtido pela TV Gazeta, o procedimento adotado no atendimento ao acidente teve várias falhas, incluindo a ausência de teste toxicológico (diante da recusa do bafômetro). Por isso, as condutas deveriam ser apuradas. A Polícia Civil e a Polícia Militar já afirmaram que vão investigar as atitudes.

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