O empresário José Silvino Pinafo, que pilotava a lancha Diamante — envolvida no acidente ocorrido no dia 25 de julho na Baía de Vitória —, foi preso na última terça-feira (8) e passou por audiência de custódia nesta quarta-feira (9). Por decisão da Justiça, ele vai permanecer preso. A informação foi apurada pelo repórter Roger Santana, da TV Gazeta.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), o empresário provocou o acidente que vitimou a noiva dele, a jovem Bruna Zocca, que tinha 25 anos. A denúncia afirma que, depois de beber e conduzir a embarcação em alta velocidade, o empresário fez uma manobra irresponsável. O MPES pediu e a Justiça decretou a prisão preventiva dele.
Ele vai responder por homicídio com dolo eventual. Para o MPES, ele assumiu o risco de provocar uma morte ao cometer várias imprudências. A defesa do empresário disse que vai recorrer da decisão.
A denúncia do Ministério Público diz que no dia 25 de julho de 2020, a embarcação foi ancorada próximo à Prainha de Vitória, em Santo Antônio. Houve uma confraternização com uso demasiado de bebidas alcoólicas.
Depois das 17h, o empresário resolveu estender a festa e ir até o Sambão do Povo. E, segundo o MPES, foi neste trajeto que o empresário assumiu o risco de matar alguém, "pilotando sob influência de álcool, trafegando em altíssima velocidade em local totalmente impróprio". A lancha estava muito próxima da margem e a parte de cima dela bateu em uma passarela de um terminal portuário na Baía de Vitória.
A Justiça recebeu a denúncia, decretou a prisão preventiva do empresário na última terça-feira (9) e proibiu que ele conduza qualquer tipo de embarcação. O juiz Marcos Pereira Sanches, da 1ª Vara Criminal de Vitória, afirma na decisão que, "ainda com o corpo de Bruna Zocca no local do acidente, foram jogadas ao mar bebidas alcóolicas". Para ele, "trata-se de uma conduta que causa verdadeira repulsa e aversão".
O empresário José Silvino Pinafo está preso no Centro de Triagem de Viana. O advogado de defesa, Douglas Luz enviou um vídeo à reportagem de A Gazeta falando sobre o caso e informou que vai recorrer da decisão da Justiça. Veja abaixo.
"Diante das últimas informações que estão sendo veiculadas na mídia, a qual tornou pública a situação jurídica do senhor José Silvino Pinafo, a sua defesa declara que todas as ilações e conjecturas indevidamente aventadas em relatório inconclusivo da Polícia Civil, bem como denúncia e sustentada pelo decreto prisional, serão devidamente rechaçadas em momento oportuno. É importante destacar também que o processo encontra-se em fase prematura e somente agora a defesa está podendo ter a oportunidade de exercer o contraditório e a ampla defesa de pontos controversos no processo. Com relação ao decreto prisional, obviamente não concordamos com os fundamentos ali expostos, mas em respeito ao juízo onde tramita o processo, apresentaremos toda nossa irresignação no bojo de recurso próprio, a saber através de ação constitucional de habeas corpus."
De acordo com as informações da ocorrência, a embarcação navegava nas proximidades da Ponte Florentino Avidos quando se chocou contra o píer de uma empresa, por volta das 18h10 do dia 25 de julho de 2020. A estrutura de concreto é usada para atracação, no canal do Porto de Vitória.
A estudante de Fisioterapia Bruna França Zocca — que era natural de Baixo Guandu e havia se mudado para estudar na Grande Vitória — morreu no local do acidente. A jovem era noiva do empresário José Silvino Pinafo, que pilotava a embarcação e que ficou ferido no acidente. A lancha foi rebocada até uma região próxima ao Sambão do Povo. Os feridos foram levados para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória.
Três dias após o ocorrido, imagens obtidas pela TV Gazeta mostraram garrafas de bebidas dentro da lancha. De acordo com pessoas que estiveram na embarcação, o piloto, o empresário José Silvino Pinafo, não teria ingerido nenhuma bebida alcoólica. A Polícia Civil anunciou, à época, que investigaria o acidente.
Procurada, a Polícia Civil confirmou que o inquérito policial foi concluído no dia 12 de maio deste ano e encaminhado à Justiça. Na terça-feira, dia 8 de junho, o Poder Judiciário decretou prisão preventiva do réu, tendo sido a decisão cumprida pela PC. Em nota, a corporação informou que o processo está sob segredo judicial e outros detalhes não podem ser repassados.
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