A Justiça determinou a prisão do empresário Wagner Dondoni que, em 2008, provocou a morte de uma família ao bater sua caminhonete, na BR 101, em Viana, contra o carro do cabeleireiro Ronaldo Andrade - ele perdeu a mulher e os dois filhos. Após 13 anos do acidente, que demorou uma década para começar a ser julgado, agora não há mais possibilidades de recursos judiciais, e a pena de 26 anos e 10 meses de reclusão deve começar a ser cumprida em regime fechado.
O mandado de prisão foi expedido pelo juiz Romilton Alves Vieira Junior, da 1ª Vara Criminal de Viana, que, em seu despacho, destacou que, diante do trânsito em julgado, não há mais possibilidade de recursos. O mandado tem validade até 15 de junho de 2041.
Em novembro de 2018, Dondoni havia sido condenado a 24 anos e 11 meses de prisão, em regime fechado. A defesa ingressou com recurso, pedindo novo julgamento, sob a alegação de que a sentença do juiz Romilton Junior havia sido contrária às provas no processo.
Entretanto, em outubro de 2019, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, além de não aceitar a solicitação, decidiu aumentar a pena imposta, passando a condenação para 26 anos e dez meses, mais 30 dias de multa, considerando um recurso do Ministério Público.
Quando apresentou o recurso em segunda instância, Dondoni estava preso, mas conseguiu um habeas corpus no início do ano passado, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedido pelo ministro Sebastião Reis Junior, dando liberdade irrestrita ao réu. Assim, desde o dia 14 de fevereiro de 2020, o empresário está solto. Na ocasião, o cabeleireiro Ronaldo Andrade, sobrevivente da tragédia, lamentou a soltura.
No acidente provocado por Dondoni, morreram Maria Sueli Costa Miranda e os dois filhos, Rafael Scalfoni Andrade e Ronald Costa Andrade - a família de Ronaldo Andrade. A caminhonete guiada pelo empresário bateu no carro dirigido pelo cabeleireiro, por volta das 7 horas do dia 20 de abril de 2008. Ronaldo e a família seguiam para Guaçuí. Um exame de embriaguez detectou, à época, que Dondoni estava dirigindo sob influência de álcool.
O empresário foi condenado em julgamento realizado no Fórum de Viana, que durou quase 15 horas, em 2018. Ele não compareceu para ouvir a sentença definida por maioria dos votos dos jurados. Ele respondeu pelos crimes de homicídio simples pelas mortes de mãe e filhos, tentativa de homicídio, por Ronaldo Andrade, e uso de documentação falsa.
Logo após a condenação, foi decretada a prisão pelo juiz que presidiu o Tribunal do Júri, Romilton Júnior. Mas Dondoni ficou foragido por quase 30 dias. Ele acabou se apresentando à Polícia Civil em 30 de novembro de 2018, na presença de um advogado. O condenado foi encaminhado para a Penitenciária de Segurança Média I, em Viana, para cumprimento da sentença.
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