A Justiça do Espírito Santo colocou em liberdade provisória a advogada Sara Frinhani Rocha e o atual companheiro dela, Paulo Henrique Lourete. Eles foram presos em flagrante na manhã desta segunda-feira (14) em Linhares, no Norte do Espírito Santo, suspeitos de participação na morte de Alexandre Heite Nascimento, ex-namorado da mulher, no interior de Sooretama, na mesma região.
O homicídio teria ocorrido após uma discussão entre os dois homens, onde um teria dado facadas no outro, em Córrego Alegre, interior de Sooretama. A investigação da Polícia Civil aponta que a mulher atraiu a vítima para o local do crime. Alexandre morreu com seis facadas.
Em sua decisão, que colocou o casal em liberdade, o juiz André Bijos Dadalto sustentou que na versão dos suspeitos a briga foi causada pelo ex e que a advogada não participou do crime e seu namorado agiu em legítima defesa após ser agredido. O magistrado ainda pontuou que Sara tinha uma medida protetiva contra o ex-namorado.
"Extrai-se dos autos que na versão dos autuados teria ocorrido uma briga provocada pela vítima, de modo que a autuada Sara, além de negar ter praticado os atos materiais contra a vítima, informa que o autuado Paulo agiu em legítima defesa à injusta agressão que teria sofrido pela vítima, inclusive com o autuado Paulo tendo sido lesionado pela vítima. Conforme consta que pelos documentos acostados pela defesa da autuada Sara, a referida autuada inclusive tinha medida protetiva em face da vítima", cita a decisão.
Áudios obtidos pela Polícia Civil mostram que a advogada Sara Frinhani Rocha teria ameaçado o ex-namorado Alexandre Heite Nascimento e atraído o homem até o local onde ele foi morto a facadas em Sooretama. O delegado Fabrício Lucindo disse que a voz da mulher foi reconhecida pela família da vítima. A reportagem de A Gazeta teve acesso ao conteúdo que mostra as supostas ameaças e provocações da mulher.
"Eu vou rancar (sic) seu coração vivo, te rasgar no meio", disse a mulher em um dos áudios. "Quando você chegar no trevo do Córrego do Alegre você diz: cheguei. Se você não 'vim', você vai ter muito caixão na sua vida", prosseguiu. Ouça os áudios
O delegado disse que a vítima recebeu os áudios da advogada e mandou para amigos antes de morrer. Lucindo explicou que o material e celulares passarão por perícia. De acordo com informações do delegado, a advogada negou envolvimento na morte do ex, mas os áudios apontam que ela atraiu a vítima para o local do crime.
Em conversa com a reportagem da TV Gazeta Norte, o delegado Fabrício Lucindo disse que a vítima e a advogada têm diversas ocorrências na polícia relacionadas à Lei Maria da Penha, agressão e ameaças. "A gente está enfrentando esse problema desde o ano passado e hoje aconteceu esse crime", afirmou.
A reportagem de A Gazeta procurou a Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo(OAB-ES). Por meio de nota, "a OAB-ES informa que está acompanhando o caso para tomar as providências cabíveis, observando o Código de Ética, Disciplina e as prerrogativas da advocacia".
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