A Justiça do Espírito Santo negou novamente o pedido feito pela defesa para que o vereador de Linhares Waldeir de Freitas Lopes respondesse em liberdade pela acusação de mandar matar o ativista político Jonas Soprani em junho de 2021. O parlamentar segue foragido desde maio deste ano, quando foi determinada a sua prisão preventiva.
A pedido da defesa do vereador, a Segunda Câmara Criminal voltou a julgar, na última quinta-feira (14), a decisão da Primeira Vara Criminal de Linhares, que já havia negado o pedido de Habeas Corpus no dia 6 de maio. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (18), pelo Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo (TJES).
Segundo consta no pedido da defesa, Waldeir respondia ao processo em liberdade desde o ano passado, e não há nenhum fato novo que motive a prisão. A defesa ainda afirma que um dos envolvidos na morte do ativista Jonas Soprani, foi forçado a dizer que o vereador havia sido o mandante do crime.
“Os indícios de autoria advém de um depoimento de um dos corréus, acusado de ser intermediário, e que no quarto depoimento, todos acompanhados de advogado, é forçado a dizer que o paciente teria participado, ou pelo menos teria sido o mentor intelectual desse homicídio”, diz trecho do documento.
No entanto, o Acordão da Segunda Câmara Criminal concordou com a decisão da Primeira Vara de Linhares, que julgou pela necessidade da prisão preventiva do vereador, e negou o pedido de Habeas Corpus. Em contraponto ao que foi dito pela defesa de Waldeir, o texto dos desembargadores da Câmara afirma:
“Não se discute a existência de prova da materialidade do crime e de indícios suficientes de autoria. Quanto ao perigo gerado pelo estado de liberdade, observo que a prisão preventiva foi decretada para garantia da ordem pública e para assegurar a instrução criminal e a aplicação da lei penal, tendo em vista, dentre outros fundamentos, a gravidade em concreto dos fatos, inclusive pelo fato de ser Vereador, bem como em razão dos indícios de tentativa de interferência na versão de corréu.”
A defesa de Waldeir de Freitas Lopes, representada pelo advogado Leandro de Freitas, informou nesta terça-feira (19) que vai recorrer da decisão.
Jonas da Silva Soprani era ativista político e foi candidato a vereador nas eleições municipais de 2020. Ele foi assassinado a tiros na noite do dia 23 de junho, em um bar do bairro Novo Horizonte. Na ocasião do crime, testemunhas relataram à polícia que dois homens armados e encapuzados teriam chegado no bar efetuando disparos contra a vítima.
Pouco menos de um mês depois, no dia 20 de julho, a Polícia Civil chegou até os dois suspeitos de serem os executores — os irmãos gêmeos Cosme Damasceno e Damião Damasceno.
O terceiro identificado por envolvimento no crime foi o vereador Waldeir de Freitas Lopes, apontado como o mandante. Ele foi preso em um hotel em Belo Horizonte (MG), onde participava de um curso.
Além do vereador, o assessor dele, Josenilton Alves dos Santos, também é investigado por intermediar o contato com os executores do assassinato. Ele chegou a ser preso na época do crime, junto com o vereador.
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