O condutor do veículo Corolla que atingiu uma moto na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha, no dia 17 de abril, em que estavam a jovem Amanda Marques, de 20 anos, que morreu, e o companheiro dela Matheus José Silva, de 23 anos, que chegou a ficar hospitalizado após o acidente, teve o pedido liminar de liberdade negado nesta quarta-feira (14) pelo desembargador Sérgio Bizzotto Pessoa de Mendonça. Wagner Nunes de Paulo, de 28 anos, é réu no processo que corre na 4ª Vara Criminal de Vila Velha e e havia entrado com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça.
Ao saber da decisão, a mãe de Amanda, Renata Aparecida Marques, disse ter ficado aliviada e afirmou esperar que o réu permaneça durante toda a vida na prisão. "Graças a Deus ele vai ser mantido preso, e assim vamos vivendo. Quem fica preso somos nós, na verdade, porque ele pode ser solto a qualquer momento e a vida dele vai continuar, já a da minha filha se foi, não tenho mais ela", afirmou.
Procurado pela reportagem, Matheus, companheiro da jovem Amanda, e também vítima no acidente, afirmou que foi intimado para a audiência que será realizada no processo em agosto e que aguarda que o réu pague pelo que fez. "Eu esperava mais rapidez por tudo o que aconteceu, está demorando até muito. As imagens falam por si. É nítido que o Wagner estava alcoolizado ou drogado, que ele vem voando na pista, que ele pega e me arrebenta e na pancada mata a Amanda. A mãe da Amanda está destruída. Ele tem que pagar pelo que fez", comentou.
O advogado de Renata e assistente de acusação, Fábio Marçal, comentou que confia na Justiça e que espera que o réu permaneça preso até a sua condenação. "A família está satisfeita que a Justiça está sendo feita. É inaceitável a liberdade de Wagner e o processo está correndo em uma velocidade boa, não há ilegalidade na prisão dele. Então esperamos que permaneça preso até a condenação", pontuou.
Sobre os próximos passos, o advogado ressaltou que aguarda audiência de instrução, em que são apresentadas as provas sobre o ocorrido. "Já temos uma ação cível do Matheus contra a mãe do Wagner, que é a proprietária do veículo que ele dirigia no dia da batida, e contra ele mesmo também. Vamos também entrar com ação cível para a dona Renata e já requeremos a indenização de R$ 1 milhão no processo criminal", acrescentou.
"Foi dado um parecer favorável pelo Ministério Público para bloqueio de bens do réu. Por enquanto o juiz negou e vai deixar para analisar a questão em momento oportuno. Pedimos também para acrescentar o motivo torpe na análise do caso, mas isso também será analisado durante a instrução. O juiz acatou prosseguir com a avaliação da indenização de R$ 1 milhão, mas não haverá bloqueio neste momento", finalizou o jurista.
Procurado pela reportagem, o advogado Ramon Coelho Almeida, responsável pela defesa do acusado Wagner Nunes de Paulo, ainda não se manifestou. Esta publicação será atualizada quando houver retorno. No dia 5 de maio, o advogado afirmou à reportagem de A Gazeta que a defesa se manifestaria apenas nos autos do processo.
Já o advogado Frederico Pozzatti de Souza, que assina a defesa do réu no processo de habeas corpus, também informou que não irá se manifestar fora do processo.
O acidente que tirou a vida de Amanda Marques, 20 anos, e mudou drasticamente a de Matheus José da Silva, de 23, aconteceu na noite de 17 de abril deste ano. O casal estava de moto e voltava da casa da mãe da jovem pela Rodovia Darly Santos, em Vila Velha. Quando passavam pelo bairro Jardim Asteca, eles foram atingidos por um carro dirigido por Wagner Nunes de Paulo. Era Matheus quem pilotava a moto, modelo Honda XRE 300, no momento em que o Corolla, que seguia no mesmo sentido na pista, atingiu a traseira da motocicleta, segundo a Polícia Militar.
Com a força do impacto, as vítimas foram arrastadas por cerca de 50 metros até o veículo parar. A jovem Amanda morreu ainda no local, enquanto o namorado foi socorrido em estado grave para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória.
O motorista, identificado como Wagner Nunes de Paulo, de 28 anos, se recusou a fazer o teste de etilômetro no local do acidente, mas foi detido em flagrante após a batida e foi autuado inicialmente por homicídio culposo na direção de veículo automotor, crime previsto no artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro, como informou a Polícia Civil, por meio de nota, à ocasião.
Apesar de detido no local do acidente, Wagner Nunes de Paulo teria tentado arrancar com o carro para fugir, sendo impedido por testemunhas, que também afirmaram que o motorista estava embriagado e dirigindo em alta velocidade. Na ocasião, um policial civil amigo da família teria tentado retirá-lo da cena e ameaçado as pessoas.
Ele foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana no dia 18 de abril, onde passou por audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva, a pedido do Ministério Público, prisão que ainda está mantida.
Após as investigações, a Delegacia de Delitos de Trânsito concluiu que o condutor tinha ingerido bebida alcoólica durante uma festa com amigos. Indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil, Wagner Nunes de Paulo está preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória de Viana II, segundo a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus).
De acordo com o relatório do caso obtido pela TV Gazeta, o procedimento adotado no atendimento ao acidente teve várias falhas, incluindo a ausência de teste toxicológico (diante da recusa do bafômetro). Por isso, as condutas deveriam ser apuradas. A Polícia Civil e a Polícia Militar já afirmaram que vão investigar as atitudes.
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