A Polícia Federal divulgou que a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco/ES) realiza, na manhã desta quinta-feira (20) a Operação Mosaico, com objetivo de desarticular associação criminosa que atua no tráfico de drogas, armas, associação ao tráfico, lavagem de dinheiro, corrupção, falsificação de documentos, dentre outros crimes. As ações acontecem no Espírito Santo e em outros Estados do país: Rondônia, Goiás, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará e Bahia, além do Distrito Federal.
Ao todo foram expedidos 72 mandados judiciais, pela 1ª Vara Criminal de São Mateus. Sete deles são de prisão preventiva e outros 65 de busca e apreensão. Ao todo, 36 são cumpridos no Espírito Santo. Estão em atuação nas ruas 228 policiais federais.
A ação também visa descapitalizar o grupo criminoso, com ordens para bloqueio de contas de investigados até o limite de R$ 184.530.775,47 milhões, bem como para apreensão de nove imóveis, 21 veículos e três motos aquáticas.
Até a publicação desta matéria n]ao haviam sido informadas quais cidades estão entre os alvos da operação no Espírito Santo.
A investigação teve início no mês de dezembro de 2021, após a deflagração da Operação Quinta Roda, realizada pela Polícia Federal em Rondônia, quando ocorreu uma grande apreensão de cocaína destinada ao Espírito Santo.
Após o compartilhamento de provas, a investigação, conduzida pela Polícia Federal no Espírito Santo, foi descoberta uma verdadeira organização criminosa instituída por diversas pessoas com foco no tráfico de drogas, armas, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro.
Depois, para a ampliação e aprofundamento das investigações, o caso foi levado para a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), que identificou vários núcleos criminosos.
Os dois principais investigados se dedicavam ao tráfico de armas e drogas, tendo o Espírito Santo como destinatário final das substâncias entorpecentes e armamentos oriundos de outras unidades da federação.
Há, também, atuação na falsificação de documentos públicos, especialmente na confecção de carteiras de identidade ideologicamente falsas para foragidos da justiça e pessoas integrantes do grupo criminoso.
Os recursos financeiros ilícitos adquiridos com a prática dos crimes eram lavados por meio de empresas de fachada, investimentos em imóveis, carros de luxo, com utilização de pessoas “laranjas”, procedimentos típicos de ações para lavagem de dinheiro.
Durante as investigações, foram identificadas diversas negociações de armas de fogo e drogas, sendo algumas, inclusive, objeto de flagrantes em ações da PRF e de polícias de outros estados.
A organização criminosa contava com o apoio de agentes e ex-agentes públicos (membros de forças de segurança pública), funcionários de cartórios e de outros órgãos públicos para a empreitada criminosa, demonstrando a periculosidade e nível de articulação do grupo investigado.
O auxílio de agentes públicos corrompidos se mostrou importante para a atividade criminosa. Na medida em que algumas ações policiais foram “vazadas” antecipadamente, mandados de busca deixaram de ser cumpridos adequadamente, documentos ideologicamente falsos foram confeccionados, informações sigilosas de bancos de dados públicos foram passadas para criminosos e movimentações de presos dentro do sistema prisional foram encomendadas, além de diversas outras ações decorrentes dos desvio de conduta dos servidores.
Segundo a PF, a operação tem esse nome porque assim como um mosaico é construído peça por peça, a investigação reuniu, minuciosamente, diversos fragmentos de informações e evidências para construir um quadro completo e detalhado da organização criminosa. Cada fragmento coletado foi fundamental para desvendar os detalhes e alcançar a elucidação dos fatos.
A instituição informou que os investigados poderão responder, na medida de suas culpabilidades, pelas práticas dos delitos de lavagem de dinheiro, associação para o tráfico de drogas, tráfico interestadual de drogas, organização criminosa, corrupção, comércio ilegal de arma de fogo e falsificação de documentos públicos. Se condenados, as penas aplicadas podem ultrapassar 40 (quarenta) anos de prisão.
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco/ES) é composta por integrantes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar, Polícia Civil, Guardas Civis de Vitória, Vila Velha, Serra e Viana, e Secretária de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo (Sesp).
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