A Justiça condenou, nesta segunda-feira (30), Joadson Lima dos Santos e Elias Brito Bernardes da Silva pelo assassinato do motorista de aplicativo Amarildo Amaro Freire, de 57 anos. Ele foi morto durante um assalto após ser torturado em março deste ano, no município de Guarapari.
A decisão foi proferida pelo juiz Edmilson Souza Santos, da 2ª Vara Criminal de Guarapari. Os réus foram condenados por ocultação de cadáver, latrocínio (roubo seguido de morte) e corrupção de menor — já que ambos agiram junto a um adolescente de 16 anos, apreendido na ocasião.
No processo, o juiz afirmou que "a materialidade do ilícito está evidenciada pelas rumorosas peças dos autos", incluindo o boletim unificado da polícia, o laudo de exame cadavérico e o laudo pericial, além dos "depoimentos harmônicos prestados pelas testemunhas" e as confissões dos próprios acusados.
Por meio da decisão, o juiz ainda determinou que os réus não podem apelar em liberdade. "Trata-se de crime hediondo em concurso de pessoas com um adolescente. Se faz mister garantir a ordem pública", defendeu. Ele também solicitou a transferência dos condenados para um "estabelecimento prisional compatível com o regime estabelecido".
Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), responsável pelos presídios capixabas, informou que Joadson Lima dos Santos e Elias Brito Bernardes da Silva seguem presos no Centro de Detenção Provisória de Guarapari, onde deram entrada no dia 24 de março deste ano.
Responsável pela defesa de Elias, o advogado Sued Jordan Gomes de Santa Rita afirmou que a sentença é justa e que aguarda um posicionamento do réu para saber se irá recorrer. A reportagem demandou a Defensoria Pública do Espírito Santo, que seria responsável pela defesa de Joadson. Quando houver retorno, esta matéria será atualizada.
Responsável pela investigação do crime, o delegado Guilherme Eugênio, da Delegacia de Investigações Criminais (Deic) de Guarapari, participou de uma coletiva de imprensa realizada no dia 24 de março deste ano, um dia após a prisão dos três suspeitos e do encontro do cadáver de Amarildo Amaro Freire.
Na ocasião, ele revelou que os criminosos filmaram toda a ação: assalto, tortura e assassinato da vítima. Enquanto o motorista ainda estava vivo e implorava para não ser morto, os acusados ameaçaram enviar a gravação para a ex-mulher dele. A crueldade era marca da quadrilha, segundo o delegado.
Conforme relatado na época pela cunhada de Amarildo, o corpo dele foi encontrado na região de Buenos Aires com uma marca de tiro no rosto e amarrado com um cinto de segurança. Segundo o delegado, a vítima teria sido estrangulada com o equipamento, além de ter sido esfaqueada e espancada.
Para praticar o crime, os suspeitos solicitaram uma corrida de aplicativo, por meio de um perfil falso de uma mulher. Quando Amarildo chegou ao bairro Itapebussu, eles anunciaram o assalto, que culminou na morte do motorista. A partir desta simulação, outros cinco assaltos também teriam sido praticados.
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