Imagens obtidas pela reportagem da TV Gazeta mostram o estudante de Odontologia Nicolas dos Santos Peruzo, de 22 anos, momentos antes e depois de atirar contra a namorada, a universitária Tayná Roberta, de 26 anos, na manhã dessa quinta-feira (2). O homem, que atuava como assessor do vereador de Vitória Duda Brasil (União), foi preso em flagrante após o crime, ocorrido no bairro Jardim Marilândia, em Vila Velha.
Conforme as imagens de segurança, por volta das 5h16, o suspeito chega ao local com um amigo. Eles tocam a campainha e, em seguida, entram na casa. A dupla sobe até o quarto da jovem, onde, segundo os familiares, iniciou-se uma discussão. O pai e a mãe da jovem relataram que, pouco tempo depois, escutaram o barulho de tiro.
Às 6h43, Nicolas e o amigo aparecem fugindo da residência. Desesperado, o pai da jovem ainda tenta atrás do genro, mas não consegue alcançá-lo.
Nicolas dos Santos Peruzo, de 22 anos, que estuda Odontologia, foi preso após dar um tiro na namorada em Vila Velha, na manhã de quinta-feira (2). Tayná teve o pulmão perfurado pelo disparo.
O pai de Tayná relatou à PM que Nicolas e um amigo chegaram ao local por volta das 6h. "O tiro que ele efetuou foi no lado direito, na altura do ombro, e atingiu o pulmão. Chegamos ao local e nos deparamos com a vítima no segundo andar da casa, baleada", afirmou o cabo Gildeone, em entrevista para a TV Gazeta. A polícia informou que o projétil perfurou o pulmão da universitária, que foi internada no Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória.
Ainda segundo o relato do pai, os dois suspeitos desceram correndo do segundo andar do imóvel, mas ele entrou em luta corporal com o namorado da filha e tomou a arma das mãos dele. A dupla conseguiu fugir, mas Nicolas foi localizado pela PM em seguida. Ele chegou a dizer que estava com a mão machucada porque tinha sido vítima de um assalto. O agressor foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio qualificada cometida contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (tentativa de feminicídio).
Nesta sexta-feira (3) foi realizada a audiência de custódia de Nicolas e a Justiça decidiu mante-lo na cadeia. Na decisão, o juiz Arion Mergár ressaltou que a conduta de Nicolas "demonstra sua periculosidade em concreto, tendo o delito sido supostamente praticado com extrema violência e disparo de arma de fogo, sendo claro que a liberdade do indiciado coloca em risco a Ordem Pública e a instrução processual, se revelando fundamental resguardar a integridade física de testemunhas".
Sendo assim, o juiz decidiu converter a prisão em flagrante de Nicolas para preventiva, ou seja, ele continua atrás das grades. Para a TV Gazeta, a defesa do acusado informou que "se manifestará oportunamente nos autos do processo". O espaço segue aberto para a parte.
Na manhã desta sexta-feira (3), o repórter Caíque Verli, da TV Gazeta, conversou com o pai de Tayná. Ele informou que a filha está em observação, fora de risco, e que tem possibilidade de receber alta ainda nesta sexta.
Outros vídeos disponibilizados pela família e obtidos pela TV Gazeta (veja abaixo) mostram o homem armado na casa da vítima, há cerca de um mês. Familiares que conversaram com o repórter André Falcão disseram que, no dia da filmagem, Nicolas informou que a arma de fogo era de brinquedo. No entanto, segundo o pai da estudante, foi com essa arma que ele atirou na estudante.
Parentes disseram que o casal se conheceu na faculdade, e que ambos estão no sexto período do curso de Odontologia. Afirmaram ainda que Nicolas era considerado uma pessoa de confiança da família.
Acionada pela reportagem, a assessoria do Duda Brasil (União) detalhou que Nicolas dos Santos Peruzo entrou no gabinete do vereador em 2021, ainda como estagiário, e foi efetivado um ano depois. Por conta do fato, a exoneração dele foi solicitada à presidência da Câmara Municipal.
Nesta sexta-feira (3), a Câmara de Vitória informou que "já tomou conhecimento do pedido de exoneração de Nicolas do Santos Peruzo, solicitado pelo gabinete. O servidor será oficialmente desligado na segunda-feira (6), com o retorno das atividades. A Câmara não tolera qualquer forma de violência e condutas como a do caso serão sempre tratadas com a devida firmeza".
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