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Júri se reúne para decidir destino do assassino de Gerson Camata

Júri se reúne para decidir destino do assassino de Gerson Camata

Marcos Venicio Moreira Andrade confessou ter atirado contra ex-governador. Crime ocorreu em dezembro de 2018

Publicado em 4 de agosto de 2021 às 15:58

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Plenário do fórum criminal onde acontece o julgamento de Marcos Venicio Moreira Andrade
Salão do júri do Fórum Criminal de Vitória, onde acontece o julgamento de Marcos Venicio Moreira Andrade. (Rafael Silva)

O júri que vai definir o destino do assassino confesso do ex-governador Gerson Camata está reunido, desde as 15h40 desta quarta-feira (4), para decidir sobre a condenação do réu. O juiz Marcos Pereira Sanches, que conduz o julgamento, pediu que todos os demais presentes deixassem o salão do júri.

A defesa de Marcos Venicio Moreira Andrade nem sequer pede a absolvição e sim uma pena mais branda, o que pode ocorrer se for considerada a tese de que o homicídio não foi premeditado e sim motivado por violenta emoção.

Já a acusação, capitaneada pelo Ministério Público Estadual (MPES), sustenta que o réu planejou o crime, cometido por motivo torpe e com recurso que dificultou a defesa da vítima. Se esse for o entendimento, a pena a ser aplicada deve ser maior.

"Se ele for condenado por homicídio simples, a pena pode ter uma série de condicionantes que possibilite a defesa a pedir progressão de regime para que ele cumpra pena no semiaberto. Como já está preso há três anos, possivelmente, no final do ano ou no início do próximo ano já estaria solto. O que queremos não é a execração dele, queremos que ele apenas pague pelo que fez. Se condenado por homicídio duplamente qualificado, possivelmente só poderá pedir a progressão de pena com 10 anos na tranca", resumiu o promotor de Justiça Rodrigo Monteiro.

O julgamento começou na terça-feira (3), por volta de 9h40, e seguiu até aproximadamente 23h, com breves intervalos. No primeiro dia, foram ouvidas as testemunhas de defesa e acusação e o próprio réu.

Já na manhã desta quarta começou o segundo e último dia do júri. Desta vez, acusação e defesa travaram debates. Houve um intervalo para almoço e, após isso, poderia haver réplica do MPES no âmbito do debate, mas a acusação declinou. Assim, o juiz questionou se o júri se sentia apto a se reunir para chegar a uma definição. Com a resposta positiva, no salão permaneceram apenas as juradas e o magistrado.

ENTENDA O CRIME QUE CHOCOU O ES

O crime ocorreu no dia seguinte ao Natal, em 26 de dezembro de 2018. Gerson Camata havia acabado de comprar um livro e cumprimentava conhecidos em uma calçada na Praia do Canto, em Vitória, quando foi abordado por Marcos Venicio, ex-assessor dele. Aos 77 anos, o ex-governador foi morto com um tiro, um crime que chocou o Espírito Santo.

Marcos Venicio foi detido em flagrante horas depois do assassinato e, no dia seguinte, a prisão foi convertida em preventiva. Ele é mantido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Viana II.

Em 2019, o ex-assessor confessou o crime em interrogatório prestado ao juiz Felipe Bertrand Sardenberg Moulin, da 1ª Vara Criminal de Vitória. Na ocasião, afirmou que não premeditou o crime e que saber que tirou a vida do ex-chefe é uma “tortura diária”. "O presídio é muito duro, mas mais duro ainda é saber que tirei a vida dele", disse Marcos Venicio, de acordo com a transcrição das declarações prestadas por ele em juízo, na época.

Assessor de Camata por 20 anos, Marquinhos foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPES) pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.

VÍDEO RELEMBRA ASSASSINATO DE EX-SENADOR

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