Menos de 24 horas depois de indicar o policial rodoviário federal e secretário de Estado da Transparência do Espírito Santo, Edmar Camata, para o comando da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o futuro ministro da Justiça do governo Lula (PT), Flávio Dino (PSB) voltou atrás na decisão e cancelou a nomeação do capixaba.
"Estamos fazendo uma substituição em relação ao anuncio feito ontem. Estamos efetuando a substituição da indicação que foi feita para o diretor-geral da PRF. Nós tivemos uma polêmica nas últimas horas e o entendimento meu e da minha equipe é que seria mais adequado proceder a essa substituição", disse Flávio Dino, durante coletiva em Brasília na tarde desta quarta-feira (21).
No lugar de Camata, Dino indicou o policial rodoviário federal Antônio Fernando Oliveira, que está na corporação desde 1994 e atuou na Bahia e Maranhão. Ele é pós-graduado em Direito Tributário e mestrando em Ciências Jurídicas pela Universidade Autônoma de Lisboa.
Logo depois da revogação da indicação, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, anunciou que Edmar Camata segue mais um mandato como secretário de Controle e Transparência.
O anúncio do nome de Camata foi feito nesta terça-feira (20), mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro retirou do cargo o então diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, que é investigado pelo bloqueio das estradas no dia do segundo turno das eleições, no último dia 30 de outubro e é réu por improbidade administrativa por pedir votos para Bolsonaro enquanto chefiava a PRF.
Horas depois da indicação de Camata, vieram à tona publicações em suas redes sociais como entusiasta da Lava Jato e da atuação de Sérgio Moro. Em 2018, o atual secretário de Transparência do Espírito Santo também chegou a usar as redes para manifestar, na época, apoio à prisão do presidente eleito Lula, ocorrida em 2018.
Camata se manifestou sobre a alteração em rede social. "Acabo de ver a mudança na indicação para o órgão. Sigo no ES, levando a integridade e a transparência como norte, valores que levaram o Governo do ES a ser o 1° do país".
Questionado se chegou a conversar com o presidente eleito Lula, ele disse que a decisão é sua de indicar o nome ou rever, mas diz ainda que seu dever é informar a ele e ao vice-presidente eleito Alckmin que os dois estão cientes da indicação e da substituição.
Dino destacou o excelente currículo de Camata, mas disse que precisa de uma equipe que além de unidade, tenha condições de levar seu trabalho adiante sem que um dirigente esteja cercado de polêmica. E sobre a polêmica em si, Dino respondeu que conhecia a posição política de Camata, mas não o teor de determinadas postagens.
“Levamos em conta menos as visões pretéritas e mais a visão presente e o futuro. Precisamos olhar para o futuro e examinar se aquele líder tem condições políticas de conduzir a sua atribuição. Realmente não se trata sobre julgamento sobre posições pretéritas, mas sim avaliação de condições políticas para liderar a equipe”, disse.
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