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Prefeito de Itaguaçu tem mandato cassado por gastos ilícitos

Prefeito de Itaguaçu tem mandato cassado por gastos ilícitos

Juiz eleitoral declarou Uesley Corteletti inelegível até 2028. Apesar da decisão, político continua no cargo, pois caso ainda cabe recurso

Publicado em 6 de abril de 2022 às 12:46

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Prefeito Uesley Corteletti, de Itaguaçu, foi cassado pela Justiça Eleitoral
Prefeito Uesley Corteletti, de Itaguaçu, foi cassado pela Justiça Eleitoral. (Reprodução/Facebook)

O prefeito de Itaguaçu, Uesley Roque Corteletti Thon (Republicanos), teve determinada nesta terça-feira (5) a perda do mandato pela Justiça Eleitoral do município do Noroeste do Espírito Santo. A decisão ocorreu após denúncia de gastos ilícitos de recursos durante a campanha em 2020.

Além de Uesley, a vice-prefeita Ana Brígida Fraga Sad (Republicanos) também teve o mandato cassado. Como o caso ainda cabe recurso, eles continuam no cargo.

O juiz Marcelo Soares Gomes, que julgou o processo, também declarou o prefeito inelegível pelo prazo de oito anos, a contar a partir do pleito. Ou seja, ele não pode participar de disputas por cargos eletivos até o ano de 2028.

Não é o mesmo caso de Brígida. O magistrado considerou que a vice-prefeita não pode ser responsabilizada, por não existir fatos provados contra ela.

Por último, a decisão também declarou nulos os votos da coligação dos investigados.

DENÚNCIAS

Ministério Público pontuou no processo que um grupo paramilitar foi contratado pela chapa para atuar como repressor de pessoas ligadas à coligação adversária. As pessoas foram identificadas por nomes e fotos, e faziam uso inclusive de armas de airsoft.

Segundo o MP, houve a apreensão de R$ 8,8 mil que estavam com um integrante do grupo. A conclusão foi de que a organização atuava como uma milícia, na cooptação ilegal de votos, infringindo princípio de igualdade.

Consta no auto que, em depoimento à Polícia Militar, esse integrante do grupo relatou que foi contratado pelo então candidato Uesley, por intermédio do então vice-prefeito de São Roque do Canaã, Adilson B. Broseghini. Ele disse ter recebido a ordem de vigiar pessoas com objetivo de coibir a ação da campanha adversária, com o uso de simulacros (armas falsas). Os demais envolvidos, contratados por esse integrante, receberam R$ 150.

O juiz Marcelo Soares Gomes, que julgou o processo, relatou que todos os fatos narrados em conjunto e depoimentos "deixam induvidosa a conclusão de que houve, sim, situação de evento intimidatório em favor do requerido e em desfavor da candidatura adversária”.

E ainda, com o grupo contratado, foi encontrada uma grande cifra em espécie e material eleitoral, o que o juiz conclui ser: “patente a existência do denominado ‘caixa 2’, com realização de despesas à margem da aferição da Justiça Eleitoral, posto que valor não declarado nas contas respectivas”.

Houve também outras denúncias contra a chapa por gastos ilícitos para a realização de um comício após uma carreata clandestina; com carros de som e bicicletas para tocar o jingle de campanha de maneira isolada; e também com uma "carretinha de som" para evento. No entanto, o juiz não as julgou procedentes para a cassação. 

O QUE DIZ O PREFEITO

Procurado pela reportagem da TV Gazeta Noroeste, o prefeito Uesley Corteletti disse que vai apresentar recurso contra a decisão e que permanecerá trabalhando enquanto recorre.

A reportagem tenta contato com a vice-prefeita Ana Brígida Fraga Sad (Republicanos).

OUTRO CASO NO SUL DO ESTADO

Na última quinta-feira (31), o prefeito de Itapemirim, no Sul do Estado, Thiago Peçanha e seu vice, Nilton Santos, ambos do Republicanos, foram condenados por abuso de poder político. Não há mais recurso cabível. A decisão foi unânime do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O prefeito interino de Itapemirim, José de Oliveira Lima, conhecido como Zé Lima (PDT), que tomou posse no último sábado (2), nomeou a esposa, Sueli de Andrade da Silva Lima, e o irmão dele, Isaías de Oliveira Lima, como secretários municipais. Os nomes foram publicados nesta segunda-feira (4) no Diário Oficial.

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