As imagens publicadas pela auxiliar administrativa Mônica Peccini Mardegan, de 36 anos, em suas redes sociais dias após ser vítima ainda a chocam. Há quatro anos, ela foi espancada pelo então namorado após a comemoração de um aniversário. No próximo dia 2 de julho, Magnun Buzatto Marques de Almeida, réu no processo, vai a júri popular no Fórum Desembargador Horta de Araújo, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo.
Para Mônica, ainda é difícil relembrar os momentos da noite em que foi agredida no distrito de Burarama, interior do município. “Fomos a um aniversário do avô dele. Eu dancei com o tio dele e ele com uma tia. Depois disso, ele me chamou para ir embora. No caminho, parou o carro e começou a me dar socos no rosto, até me mordeu. Eu pedia para ele parar, mas ele me jogou para fora do carro, no asfalto, e tentou me esganar. Pensei naquela hora que iria morrer”, relembra a vítima.
Segundo a auxiliar administrativa, Magnun, com quem ela se relacionou por nove meses, a teria colocado novamente no carro e a ameaçado, dizendo que a jogaria em um açude da região. No trajeto, o motorista teve que passar por uma praça, onde estavam diversas pessoas. Naquele momento, Mônica afirma que abriu a porta do veículo para pedir ajuda e, vendo seu estado, moradores conseguiram parar o agressor e socorrê-la.
Na época, 14 dias após o fato, o acusado ficou preso por dois meses e depois teve a liberdade concedida pela Justiça.
A defesa de Magnun Buzatto Marques de Almeida, representada pelas advogadas Arlete Barreto de Araújo Silveira e Márcia Pruccoli Gazoni, informou que não vai se manifestar e se reserva para a sustentação no plenário do Júri.
A auxiliar administrativa teve os dentes quebrados, sofreu uma fratura no nariz e ficou oito dias sem conseguir abrir os olhos devido aos hematomas, além de machucados pelo corpo. As marcas deixadas no rosto de Mônica se assemelham a outro caso de violência no Sul do Estado que chocou a população. No dia 4 de março de 2019, a vendedora Jane Cherubim também ficou com o rosto desfigurado pelas agressões sofridas pelo namorado Jonas Amaral, em Pedra Menina, no município Dores do Rio Preto, no Caparaó.
Apesar da dor e do medo que ainda sente, Mônica acredita que a divulgação de casos como o seu e o de Jane pode ajudar outras mulheres que hoje vivem a mesma situação.
“Eu estava em um relacionamento abusivo, mas não percebia dessa forma. Uma vez li um relato de um relacionamento abusivo em uma rede social e percebi estar em um. Fui criticada, perdi amizades. Mas se ficar calada, nada anda. Mesmo com medo, temos que ter esperança que os jurados vejam o que ele fez. É importante falar, até para orientar outras mulheres a não ter medo, para incentivar que denunciem. Mesmo se ele for preso, o medo vai continuar, mas temos que acreditar que a justiça será feita”, conclui a vítima.
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